Evolução da pena

Daniel Silveira ganha liberdade condicional sob restrições; ex-deputado deverá usar tornozeleira eletrônica

Ele foi condenado a quase 10 anos de prisão por ataques a ministros e à democracia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Daniel Silveira foi condenado a mais de 8 anos de prisão e perda de mandato por ataques à democracia - Evaristo Sa / AFP

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade condicional ao ex-deputado Daniel Silveira, em decisão publicada nesta sexta-feira (20).  

Em 2022, o bolsonarista foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por estimular atos antidemocráticos e ataques aos ministros da Corte. Agora, Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-deputado, por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou o cumprimento de um terço de pena. 

Na decisão, o magistrado afirma que Silveira atende aos requisitos para a liberdade condicional, mediante o cumprimento de cautelas. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Moraes determinou que o bolsonarista está proibido de deixar o país, acessar as redes sociais, conceder entrevistas, frequentar clubes de tiro, boates ou casas de jogos, participar de cerimônias de forças de segurança e manter contato com investigados.   

Silveira chegou a ser preso em flagrante em fevereiro de 2021, no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos, quando publicou um vídeo com críticas a ministros do STF e elogios ao Ato Institucional nº 5, publicado pela ditadura militar. Em novembro do mesmo ano, ele foi solto após a troca da prisão por medidas cautelares. No ano seguinte, no entanto, foi condenado pelo STF no mesmo inquérito e voltou a ser preso em fevereiro de 2023

O tempo total em que Silveira ficou detido foi considerado no cumprimento da pena, já somando um terço do total. 

Em nota, a defesa do ex-deputado afirmou que as restrições impostas por Alexandre de Moraes são "desarrazoadas, desnecessárias e claramente com espírito de ódio e vingança". Os advogados também disseram que entrarão com um recurso contra as medidas. 

Edição: Nathallia Fonseca