Após duas semanas de protestos da população indígena e organizações populares contra a construção de uma mega-prisão em Archidona, na região amazônica de Napo, no Equador, o governo do presidente Daniel Noboa cedeu a pressão e desistiu do projeto.
As manifestações, compostas pelas comunidades Kichwa, Quijos e Waorani, camponeses e habitantes da região, e outros membros da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), bloquearam estradas importantes, como a Y de Baeza, isolando assim as províncias de Napo, Orellana e Sucumbíos em protesto contra o novo empreendimento.
Os manifestantes advertiram que o projeto do presídio não consultou em momento algum as comunidades que seriam afetadas e pretendia realizar a construção à força. O projeto estava avaliado em US$ 52 milhões (R$ 318 milhões de reais).
Na semana passada, Leonidas Iza, líder indígena e candidato à Presidência, afirmou que a proposta de uma nova prisão no país não representava uma solução sobre o crime organizado no país.
Iza recomendou a Daniel Noboa concentrar os seus esforços em controlar as prisões já em funcionamento do país, que se tornaram focos de violência causadas por diversas organizações criminosas que disputam influência.
Após o anúncio de recuo de Noboa, o prefeito de Salinas, Dennis Córdova, enviou um ofício ao governo presidencial pedindo que a estrutura penitenciária seja construída na cidade, localizada na província costeira de Santa Elena.
O prefeito justificou o pedido alegando que a construção inclui benefícios econômicos e sociais relevantes para a população que estará ao redor da obra.
A região já tem outra construção prisional em andamento, a primeira das duas prisões de segurança máxima pretendidas pelo governo para controlar a crise de segurança e violência que enfrenta o Equador.
*Com Telesur
Edição: Rodrigo Durão Coelho