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Israel destrói defesas sírias e avança sobre território do país vizinho

Mídia israelense descreve operação como 'maior campanha aérea da história'; Síria vive vácuo de poder desde domingo (08)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Centro científico de Barzeh em Damasco destruído por bombas de Israel - AFP

Militares israelenses bombardeiam continuamente há mais de 60 horas posições militares sírias, apesar da queda do antigo presidente Bashar al-Assad. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta terça-feira (10) que instruiu o Exército a criar uma zona desmilitarizada no sul da Síria.

Israel ocupa desde 1967 as Colinas de Golã, fronteira entre os dois países e importante fonte de água nesta região desértica. A atual campanha militar - descrita pela imprensa israelense  como "a maior operação aérea realizada por sua Força Aérea em sua história" - expande ainda mais a porção de território sírio controlado por Israel.

"Juntamente com o primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu], instruí o Exército a estabelecer uma zona de defesa desmilitarizada no sul da Síria, livre de armas e ameaças terroristas", disse Katz durante uma visita a uma base naval na cidade de Haifa.

O ministro justificou que o objetivo é "impedir o estabelecimento" do "terrorismo na Síria". Mas a expansão territorial foi condenada pela ONU como violação dos armistícios assinados em 1974. 

Katz disse os militares atingiram vários navios de guerra sírios em ataques noturnos. A enxurrada de ataques aéreos por toda a Síria contra importantes bases militares ocorre em meio a um vácuo de segurança após as forças da oposição terem deposto o presidente Bashar al-Assad.

Perto da cidade portuária de Latakia, Israel alvejou uma instalação de defesa aérea e danificou navios de guerra sírios, bem como armazéns militares. Dentro e ao redor da capital, Damasco, os ataques alvejaram instalações militares, centros de pesquisa e a administração de guerra eletrônica.

O correspondente da rede de TV Al Jazeera na capital síria, Damasco, Resul Serdar afirma que "a Síria já é frágil e esses ataques israelenses aumentam ainda mais para essa fragilidade. Israel quer deixar uma Síria para a nova administração que carece de capacidades de defesa, e defesas aéreas em particular."

Edição: Rodrigo Durão Coelho