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Bashar al-Assad busca refúgio em Moscou, diz imprensa russa

Ex-governante sírio deixou país após tomada de poder por parte de grupos rebeldes islâmicos

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Imagem de Bashar al-Assad em prédio da capital Damasco, na Síria - Louai Beshara/AFP

Bashar al-Assad e sua família chegaram a Moscou neste domingo (8), após a derrubada de seu governo por uma ofensiva de rebeldes islâmicos radicais na Síria. Segundo fontes do Kremlin, citadas pelas agências de notícias russas TASS e Ria Novosti, a Rússia, aliada de Assad, concedeu asilo ao ex-presidente sírio "por razões humanitárias".

Enquanto isso, o Kremlin informou que líderes da oposição armada síria, agora no controle do país, garantiram a segurança das bases militares russas e das instituições diplomáticas na região. Ainda segundo as mesmas fontes, a Rússia mantém contato direto com os novos comandantes, que se comprometeram a preservar as instalações estratégicas sob proteção russa.

A ofensiva que destituiu Assad encerrou anos de domínio do regime Baath e introduziu um novo cenário no conflito sírio, com a Rússia buscando manter sua influência na região mesmo após a queda de seu aliado.

O que está acontecendo na Síria?

Na madrugada deste domingo, forças rebeldes islamistas tomaram o controle da cidade de Damasco, capital da Síria, e anunciaram a derrubada do governo.

A ação fez parte de uma nova ofensiva rebelde iniciada na última sexta-feira (29), quando Aleppo, a segunda maior cidade do país, foi tomada pelos grupos armados.

Desde então, tropas do grupo Hayat Tahrir al-Sham, extremistas ligados à Al-Qaeda, foram avançando e conquistando posições no país que é palco de uma guerra civil iniciada em 2011, mas que estava adormecida há pelo menos quatro anos.

A tomada de Damasco deve marcar o início de uma nova fase na Síria, já que encerrou quase 25 anos de governo de Bashar al-Assad e pode alterar os interesses de potências envolvidas no conflito.

O Irã, governo próximo ao sírio, reforçou a necessidade de respeito à autodeterminação do povo da Síria.

Os EUA se pronunciaram pelo presidente em fim de mandato, Joe Biden, que afirmou acompanhar com preocupação o desenrolar dos confrontos. Já Donald Trump, que deve assumir no dia 20 de janeiro, disse que Assad caiu porque perdeu o apoio da Rússia.

Saiba mais sobre a Guerra na Síria também no podcast O Estrangeiro, do Brasil de Fato, exibido na última quinta-feira (5).
 



*Com AFP.

Edição: Nathallia Fonseca