Os pré-candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), se comprometeram com uma “agenda propositiva” no combate às desigualdades raciais, durante um encontro com representantes do movimento negro, na noite desta sexta-feira (7), em Brasília.
“Estamos aqui para assumir compromissos de uma agenda de constante diálogo nesse avanço. O Brasil é um país plural e o movimento negro precisa cada vez mais ser valorizado. Eu, como admirador, estou aqui para poder trazer esse abraço e dizer que temos todo o interesse em construir uma agenda propositiva a favor do movimento negro, em favor do nosso país”, disse o candidato Hugo Motta, o favorito para se eleger presidente da Câmara para o próximo biênio.
Henrique Vieira, por sua vez, afirmou que “as vozes do povo negro e do povo preto” precisam ser “ouvidas dentro do parlamento, construindo projetos de lei, orçamento público, incidências nos ministérios, políticas públicas”.
O Psol optou por lançar o nome do pastor como candidato à Câmara, mas sem apoio do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT. A sigla articulou apoio à Hugo Motta, numa costura feita com o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em troca de apoio.
O evento foi um jantar de fim de ano que ocorreu na sede do Hub Peregum, a principal casa do movimento negro em Brasília. Também estiveram presentes parlamentares da Bancada Negra no Congresso Nacional e as ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.
Anielle Franco celebrou o espaço e afirmou ser “uma honra” estar no evento. A chefe da pasta também fez uma breve retrospectiva sobre 2024. “Esse ano foi um ano de luta, mas um ano também de renovação da Lei de cotas. O ano que a gente conseguiu aprovar a Política Nacional de Terreiro. O primeiro ano que a gente tem um feriado nacional, 20 novembro, que é uma luta histórica dos movimentos.
Franco também afirmou que espera que “2025 seja um ano de muitos frutos para o movimento negro, que a gente possa acolher cada vez mais avanços históricos, simbólicos, em prol de um projeto político que a gente acredita em defesa da dignidade da vida da população negra nesse país”.
Macaé Evaristo também falou sobre as conquistas do movimento negro neste ano. “Também é o momento de a gente reafirmar nossas conquistas: as cotas no serviço público, ampliação do debate das ações afirmativas no Brasil, em todos os âmbitos, a presença de mulheres negras no Tribunal Superior Eleitoral”, elencou.
Mas afirmou, ao mesmo tempo, que ainda há “um longo caminho para avançar, principalmente na redução das desigualdades, que ainda atinge violentamente o povo negro no nosso país. Mas estamos firmes, ocupando os espaços na política, ocupando de fato no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, fazendo a diferença, defendendo a nossa agenda da construir mais direito”.
Edição: Rodrigo Gomes
