heroínas de geração

Seminário celebra mulheres pioneiras da cultura Hip Hop no Distrito Federal

Programação gratuita acontece nos dias 16 e 17 de novembro, na Casa Afrolatinas, em Brasília (DF)

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
“Queremos trazer mais visibilidade às artistas e ativistas que abriram caminhos, mas também fortalecer identidades, utopias e as vozes das novas gerações", afirma diretora do Instituto Latinidades - Bianca Feifel

As mulheres que construíram e movimentam a cena Hip Hop no Distrito Federal serão celebradas em um evento na Casa Afrolatinas. O seminário Heroínas de Geração - as mulheres do DF no cinquentenário da cultura Hip Hop acontece no Varjão, região administrativa do DF, nos dias 16 e 17 de novembro, com programação, inclusive para o público infantil, totalmente gratuita.  

“Queremos trazer mais visibilidade às artistas e ativistas que abriram caminhos, mas também fortalecer identidades, utopias e as vozes das novas gerações, que têm revolucionado a cena em todas as frentes e elementos. Contar, honrar e celebrar a história das mulheres negras do Hip Hop é desafiar narrativas hegemônicas que muitas vezes limitam e invisibilizam as nossas experiências e lutas”, afirma Jaqueline Fernandes, gestora cultural e diretora do Instituto Latinidades.

O seminário faz parte da Jornada Memória, História e Patrimônio Cultural Negro, da Universidade Afrolatinas, especialmente realizada em função do cinquentenário do Hip Hop e do primeiro ano em que o Dia Nacional da Consciência Negra é feriado nacional. 

Por meio de diálogos, apresentações, sarau e momentos de autocuidado, o encontro pretende celebrar as pioneiras que, além de dominar os elementos do Hip Hop, abriram caminhos e transformaram realidades, promovendo resistência, desenvolvimento social e impacto cultural.

Para as crianças de 7 a 10 anos, haverá um espaço infantil com atividades diversas, como oficina de DJ e de break, mesa de pingue-pongue e fliperama. 

Heroínas de Geração

O Seminário Heroínas de Geração carrega o nome de uma das principais músicas de Vera Verônika, pioneira da cultura Hip Hop do DF e Entorno. Vera foi pioneira não só no rap, mas no empreendedorismo e na realização de ações sociais e educativas. Com mais de 30 anos de carreira, segue na ativa em projetos sociais.

O encontro começa na segunda-feira (16) com uma verdadeira aula, “Sankofa: A história da Cultura Hip Hop DF contada pelas mulheres”, em que mulheres pioneiras nos quatros elementos do Hip Hop traçam um panorama histórico do movimento a partir de suas experiências. O diálogo será guiado pela rapper Vera Verônika, Dj Donna, a especialista em break FabGirl (break), e a artista visual e grafiteira Miah.

“Inovadoras, além de se dedicarem aos seus próprios fazeres artísticos, abriram caminhos para outras mulheres e qualificaram a cultura como um todo, com novos projetos de coletividade nas ruas, na academia e na base da sociedade. Empreendedoras, foram e são agentes de mudanças, gerando renda, desenvolvimento e impacto social para a comunidade. Contar e registrar a história dessas mulheres é salvaguardar a história, a memória e o patrimônio cultural e contribuir para a promoção da equidade e da autonomia das mulheres”, destaca a organização do Seminário. 

Às 14h, a atividade “Nós na Voz” vai promover a leitura e discussão de letras de rap escritas por mulheres, proporcionando um espaço de escuta e reflexão.

Um dos destaques do segundo dia de programação é a mesa de debate com o tema “Das Literaturas de Rua à Ciência Marginal: Mulheres de Quebrada na Produção do Conhecimento Científico do DF”, que acontece a partir das 14h.

“Nós estamos dizendo para o mundo que nas periferias, nas quebradas, nas favelas, existem mulheres cientistas, que produzem conhecimento e colaboram inclusive para a elaboração de políticas públicas”, explica Ravena Carmo, professora, pesquisadora, poetisa e membra da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop. 

A ativista também vai participar, às 16h, do lançamento do livro “Mulheres, Hip Hop e Afroturismo na Capital Federal”. A obra reúne o registro de mais de 30 mulheres, que contaram suas histórias, trazendo a perspectiva do direito à cidade e da valorização da cultura. 

“Esse livro é um marco muito importante na cultura hip-hop do Distrito Federal e também a nível nacional. Ele dialoga com a cultura local, com a cultura da periferia e o afroturismo, que traz a proposta de pensar esses locais ocupados pelos movimentos culturais numa perspectiva de direito à cidade. E a cultura hip-hop é um potencializador dessa vertente do turismo, que visa valorizar as quebradas”, conta Ravena. 

Confira a programação completa

16 de novembro

10h
Sankofa: A história da Cultura Hip Hop DF contada pelas mulheres

Almoço com Mic aberto – Sarau

14h
Nós na voz: letras que inspiram corres e poder feminino

16h
Mulheres e Memórias: O Inventário participativo da Cultura Hip Hop no Distrito Federal

19h
Pocket-show BellaDona

Espaço Infantil
10h Oficina de graffiti.
10h às 21h Mesa de pingue-pongue.
14h Pula-pula.
14h Oficina de break
14h às 21h Fliperama livre, mesa de pingue-pongue

17 de novembro

10h às 12h
Boas práticas: Saúde Mental, Bem Viver e autocuidado

12h às 14h
Almoço com Mic aberto – Sarau

14h
“Das Literaturas de Rua à Ciência Marginal: Mulheres de Quebrada na Produção do Conhecimento Científico do DF” (Ravena, Jhennifer, NEOLIM)

16h
Lançamento do lançamento do livro “Mulheres, Hip Hop e Afroturismo na Capital Federal”

Espaço Infantil
10h Oficina de break
10h às 18h Mesa de pingue-pongue
14h Oficina de Dj
14h Pula-pula
14h às 18h Fliperama livre, mesa de pingue-pongue.

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Rafaela Ferreira