O programa Papo na Laje desta quinta-feira (14) celebra a palhaçaria com dois artistas da companhia Sol sem Dó de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O grupo defende como fundamento o direito ao riso e ao sonho através da arte, especialmente para a população periférica e a classe trabalhadora.
Letícia Gulart e Jessé Cabral iniciaram na palhaçaria ainda adolescentes, reunindo um grupo que usava as técnicas do teatro dentro do hospital. Mais tarde, o projeto virou a companhia artística Sol sem Dó e expandiu as apresentações para diversos ambientes e públicos: na rua, no trem, na escola.
"[Para] a população periférica é negada do acesso à arte, em especial à ludicidade. A gente é preparado para o mercado de trabalho, perde horas no transporte público. Mas qual momento que as pessoas têm direito ao lazer, ao riso? O riso, o sonho, a arte, são direitos humanos básicos. As pessoas precisam para viver", defende Letícia que dá vida à palhaça Neca de Pitibiriba.
No episódio, Letícia e Jessé contaram a experiência na Escola Livre de Palhaços (ESLIPA) e como são os próprios artistas que realizam atividades de formação pensadas para o território. Para Jessé, a palhaçaria trouxe a conexão com o público que ele vinha buscando.
"Fomos entendendo que existia um desejo profundo de comunicar e trocar com o público como nós. Já que os investimentos [em políticas públicas] são muito escassos, onde dá para a gente entrar, estamos lá. É uma característica nossa, por intuição e necessidade", disse à apresentadora Dani Câmara.
Assista:
Papo na Laje
O Papo na Laje é um programa de TV que valoriza o protagonismo da juventude nas favelas e periferias do Rio de Janeiro. A cada novo episódio a apresentadora Dani Câmara recebe dois convidados que compartilham experiências sobre temas de interesse da juventude.
A terceira temporada do programa conta com a parceria da Incubadora de Inovação Social em Cultura de Maricá, um projeto desenvolvido pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM), junto à Secretaria Municipal de Cultura e ao Instituto Brasil Social (IBS).
Edição: Vivian Virissimo