Rio de Janeiro

SEM LUZ

Problemas no fornecimento de energia afetam municípios de Niterói, São Gonçalo e Maricá

Incêndio na subestação da Enel em Alcântara e ocorrência na linha de distribuição causaram a interrupção do serviço

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Serviços na área de saúde, educação e o abastecimento de água foram afetados pela falta de energia - Rovena Rosa / Agência Brasil

Desde terça-feira (12) os municípios de Niterói, São Gonçalo e Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, estão sendo impactados com problemas no fornecimento de energia elétrica.  

A interrupção impactou diretamente os serviços básicos dos municípios. Na manhã desta quarta-feira (13), a prefeitura de Niterói informou que os dois restaurantes populares da cidade, do Centro e do Fonseca, não funcionaram hoje pela falta de energia, assim como as unidades de ensino integral. Na rede municipal de ensino, 32 escolas ficaram sem luz pela manhã. 

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Engenhoca e a Policlínica do Barreto também suspenderam os atendimentos pela manhã devido à falta de energia. Segundo a prefeitura, o Hospital Orêncio de Freitas precisou suspender cirurgias e internações e o Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) e a base do Samu no Fonseca precisaram operar com geradores. 

Em São Gonçalo escolas municipais também suspenderam as aulas pela interrupção do fornecimento de energia.

Abastecimento comprometido

A falta de luz afetou o sistema Imunana-Laranjal e comprometeu o abastecimento de água nos municípios. 

Ao Brasil de Fato, a Cedae informou que a produção de água no sistema Imunana-Laranjal foi retomada às 10h35 e chegou a 100% às 14h55. Segundo a companhia, a situação já está normalizada.

Apesar da produção já estar regularizada, um comunicado no site da Águas de Niterói orienta a população a fazer uso consciente da água, pois a distribuição ainda não está totalmente normalizada.

“A região de Maria da Paula, abastecida pela 5ª linha, voltará a receber água nas próximas horas de forma gradativa. No entanto, alguns bairros abastecidos pela 4ª linha, como Barreto, Centro, parte do Fonseca, Ilha da Conceição e parte de Icaraí seguem com abastecimento reduzido, em função da falta de energia. A concessionária solicita que a população faça uso consciente da água até que o abastecimento seja completamente retomado”, destaca a nota.

Já a Águas do Rio informou que o apagão causou a suspensão do abastecimento em São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, distritos de Inoã e Itaipuaçu, além da Ilha de Paquetá, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a companhia, a distribuição está em fase de regularização:

“O processo de regularização do fornecimento nas regiões afetadas ocorre de forma gradativa, em 72 horas, podendo levar mais tempo em áreas elevadas, nas pontas das redes de distribuição e nos locais onde forem detectadas ocorrências neste período.”

Prejuízos e ação na justiça

Nas redes sociais, a população dos municípios afetados relata que as sucessivas quedas de energia estão causando prejuízos e transtornos. As pessoas reclamam também do serviço prestado pela Enel, responsável pelo fornecimento de energia nas regiões impactadas. 

“Tem que cobrar indenização pelos aparelhos queimados, aqui um ar condicionado e o micro-ondas”, relata uma moradora de Niterói.

“Neves, Venda da Cruz sem luz desde as 4h até agora nada! Descaso total dessa Enel. Alguém tem que fazer alguma coisa!”, reclama uma moradora de São Gonçalo.

Leia mais: Falta de luz em cidades do RJ: Alerj deve convocar Enel e Light para obter explicações

Diante do impacto gerado na cidade, a prefeitura de Niterói anunciou nesta tarde que entrará com uma ação na justiça contra a empresa.

“Acionamos a Procuradoria Geral do Município para que entre com uma nova ação judicial contra a concessionária de energia Enel, cobrando uma solução imediata da concessionária para normalizar o fornecimento de energia elétrica na cidade. Na ação, será exigido o cumprimento do plano de contingência previamente apresentado pela concessionária”, diz o comunicado que ressalta: 

“Os constantes apagões têm gerado impactos significativos nos serviços municipais e prejudicando a população. Consideramos inaceitável o transtorno causado desde ontem pela falha do serviço da concessionária, com falta de luz em muitos pontos da nossa cidade ao longo de quase 24h.”

Enel

De acordo com a Enel, dois problemas causaram a interrupção de energia nos municípios. Na terça-feira (12), um incêndio na subestação da concessionária em Alcântara, em São Gonçalo, afetou parte do município e Niterói e Maricá e nesta quarta-feira um novo problema, desta vez em uma linha de distribuição de alta tensão, ocasionou o apagão.

À reportagem, a empresa informou que normalizou às 11h50 o fornecimento de energia para 100% dos clientes afetados pela ocorrência na linha de distribuição de alta tensão da distribuidora. Às 18h36, a concessionária informou ao Brasil de Fato que normalizou totalmente o serviço na subestação de Alcântara que estava afetando clientes em São Gonçalo e Maricá. 

“A Enel Rio informa que normalizou o fornecimento de energia para a totalidade dos clientes afetados pela ocorrência na subestação de Alcântara. A empresa esteve com autoridades da região para priorizar e garantir o abastecimento dos serviços essenciais. A Enel segue com reforço de equipes em campo para eventuais ocorrências causadas pelas chuvas na região da subestação”, diz a nota. 

Ressarcimento

O Brasil de Fato questionou a Enel sobre os clientes que tiveram prejuízos por conta da falta de energia. A concessionária informou que analisa pedidos em caso de danos a equipamentos eletroeletrônicos provocados por eventos elétricos associados à rede de distribuição de energia seguindo a norma da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

“A empresa segue o que determina a agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL, que estabelece os critérios para o ressarcimento por danos elétricos. Os clientes podem ingressar às solicitações pelo aplicativo da Enel Rio, pelo site www.enel.com.br, pela Central de Relacionamento (0800 28 00 120) ou em uma das lojas”, informa a nota.
 

Edição: Vivian Virissimo