O Festival Periferia em Movimento chega em novembro para valorizar a cultura periférica e o hip hop, transformando o Complexo Cultural de Samambaia e a Escola Classe 66, no Sol Nascente, em palcos de resistência, memória e ancestralidade.
De acordo com a coordenadora do projeto Érica Ramos, o evento tem como objetivo “engajar os territórios periféricos na reflexão e no resgate da cultura como elemento fundamental para valorização da nossa identidade, memória e resistência”.
Para fortalecer o projeto, as datas escolhidas marcam a celebração do Novembro Negro. Essa temática traz a contribuição “da nossa ancestralidade negra para o que somos, e de personalidades e organizações no enfrentamento ao racismo. Dessa maneira, o festival trará apresentações artísticas que representam essa voz potente e crítica da cultura negra e periférica do Distrito Federal”.
O festival é organizado pelo Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e pelo grupo Banca Norte e Sul. O propósito das organizações é promover o encontro de referências no campo da música e da arte do hip hop e da cultura popular tanto na Samambaia quanto no Sol Nascente.
“Como legado cultural, buscamos o envolvimento dos trabalhadores da cultura desde a concepção do festival, trazendo o evento como expressão e patrimônio cultural de comunidades marginalizadas pela precariedade de serviços básicos e do reconhecimento de direitos”, explica Érica. “A ideia é que o festival se torne notório no Distrito Federal como produto concebido, executado e voltado para as periferias de Brasília”, acrescenta.
Para a construção da programação, o Festival Periferia em Movimento optou por uma abordagem que as principais fontes artísticas genuínas da periferia de Brasília.
Segunda Érica Ramos, a proposta foi evitar uma segmentação dos estilos, promovendo um diálogo entre as expressões artísticas de diferentes territórios. "A programação foi elaborada a partir da combinação do hip hop com a cultura popular que, embora aparentemente distintas, são expressões artísticas nascidas nas periferias do campo e da cidade e têm como ponto comum a expressão e resistência por meio da arte, da união e da valorização de quem vem antes", explica.
Essa integração visa também ampliar o público e fortalecer o sentimento de pertencimento nas comunidades. Na curadoria do evento, houve um cuidado especial em trazer representantes da cultura periférica e gerar renda para os profissionais no seu próprio local de moradia. Para Érica, esse é um diferencial importante do festival, já que os profissionais da periferia são geralmente direcionados para trabalhar nas regiões centrais da cidade e para outras classes, em vez de serem incentivados a compartilhar suas habilidades com suas próprias comunidades.
Além dos shows e apresentações artísticas, o festival oferece oficinas de capacitação e atividades lúdicas, promovendo formação e mobilização em áreas ligadas à cultura. Tanto em Samambaia quanto no Sol Nascente, o público poderá participar de oficinas de rap, break, grafite e da arte-espetáculo de boneco de mamulengo. Na Samambaia, também serão realizadas oficinas de elaboração e edição de vídeo, enquanto o Sol Nascente contará com uma oficina especial de canto.
No sábado, 9 de novembro, o público poderá conferir a energia de DJs como Wrap e Castelo Beatz, seguidos de apresentações ao vivo, como Markão Aborígine e o Grupo Atitude Feminina, que encerra a noite às 21h com sua força representativa no rap.
Já no domingo, 10 de novembro, a programação segue com DJs, além das performances das BSB Girls e de artistas como Ramona Jucá e Martinha do Coco, que mesclam tradição e resistência periférica.
Oficinas
Além dos shows, o festival oferecerá uma série de oficinas no Complexo Cultural de Samambaia, ampliando a interação e a formação cultural.
No sábado, das 10h às 16h, os participantes terão acesso a oficinas de rap, dança, audiovisual, grafite e mamulengo, ministradas por artistas e educadores locais, como Saulo Trindade e Amanda Owls.
No domingo, as atividades começam às 14h e repetem a oferta de oficinas de rap, dança, grafite e audiovisual, incentivando os participantes a explorarem sua criatividade em diferentes áreas artísticas.
As atividades em Samambaia e no Sol Nascente reafirmam o compromisso do festival em fortalecer a cultura periférica, promovendo aprendizado e conexão entre as diversas linguagens da cultura popular e urbana.
Confira a programação completa do Festival
Programação musical – Samambaia
Local: Complexo Cultural da Samambaia
Sábado, 09 de novembro
15h | DJ Wrap
16h30 | Microfone Aberto
17h | Black Spin
17h30 | DJ Castelo Beatz
20h30 | Markão Aborígine
21h | Grupo Atitude Feminina
Domingo, 10 de novembro
15h | DJ Lunary
16h30 | DJ Tiago
18h | BSB Girls
19h | A Banca Norte Sul
19h30 | Paga Sapo
20h | Ramona Jucá
20h30 | Martinha do Coco
Programação das oficinas – Samambaia
Local: Complexo Cultural da Samambaia
Sábado, 09 de novembro
10h | Oficina de Rap – Saulo Trindade
13h | Oficina de Dança – Black Spin
14h | Oficina de Audiovisual – Thiago
15h | Oficina de Grafite – Amanda Owls
16h | Oficina de Mamulengo – Thales
Domingo, 10 de novembro
14h | Oficina de Rap – Saulo Trindade
14h | Oficina de Dança – Black Spin
14h | Oficina de Grafite – Amanda Owls
14h | Oficina de Mamulengo – Thales
15h | Oficina de Audiovisual – Thiago
Serviço – Samambaia
Local: Complexo Cultural da Samambaia (Quadra 301 Conjunto 05 Lote 01)
Data: 09 e 10 de novembro
Horário: 10h às 21h
Entrada: Gratuita
Programação – Sol Nascente
Local: Escola Classe 66
Sábado, 30 de novembro
10h | Oficina de Confecção de Bonecos de Mamulengo
14h30 | DJ DuduMano Original
16h | Markão Aborígene convida Paulo Amorim
16h40 | DJ DuduMano Original
17h30 | Martinha do Coco convida Markão Aborígene
18h20 | DJ DuduMano Original
Domingo, 01 de dezembro
10h | Oficinas de Confecção de Bonecos de Mamulengo, Break, Grafite e Canto
12h | DJ Flávia Aguiar
13h | Mestre Sivuquinha
13h30 | DJ Flávia Aguiar
14h30 | DJ Jay Lee
15h30 | BSB Girls
15h50 | DJ Jay Lee
16h | Atitude Feminina 40
16h40 | DJ Jay Lee
Serviço – Sol Nascente
Local: Escola Classe 66
Data: 30 de novembro e 01 de dezembro
Horário: 10h às 21h
Entrada: Gratuita
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino