Movimento não é apenas uma forma de arte, mas um poderoso aliado na batalha pela equidade
Novembro é um mês muito importante para a minha história. É o mês da Consciência Negra, de Zumbi dos Palmares. Um mês de luta e memória. Mas também marca um dos pilares de atuação do meu mandato: o Hip Hop. Engana-se quem pensa que o Hip Hop é apenas música de “gueto”, importada dos Estados Unidos.
É um movimento que celebra valores fundamentais: resistência, inclusão e transformação social. No próximo dia 12, comemoramos o Dia Mundial do Hip Hop.
O Hip Hop surgiu nas comunidades negras de Nova Iorque, há 51 anos, como uma forma de expressão cultural que combinava música, dança e grafite. Essa manifestação artística rapidamente se espalhou pelo mundo e, no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, ganhou força a partir da década de 1980. Tenho certeza de que você já ouviu e refletiu sobre músicas de ícones como Racionais MC's, MV Bill e Criolo. Esses artistas utilizam suas letras para abordar questões sociais e políticas, dando voz àqueles que muitas vezes são silenciados.
É fundamental entendermos que o Hip Hop é mais do que música; é uma ferramenta de transformação social. Ele dá voz à nossa juventude, especialmente àqueles que vivem em favelas e subúrbios. Ao promover eventos gratuitos e acessíveis, estamos democratizando a cultura e fortalecendo a inclusão social, proporcionando um espaço seguro para que os jovens possam se expressar e se conectar.
Voltando a novembro, é essencial reconhecer o papel do Hip Hop na luta por justiça e igualdade racial. Esse gênero musical, enraizado na resistência e na busca por direitos, ecoa as vozes de Zumbi dos Palmares e de tantos outros que lutaram contra a opressão.
O Hip Hop, portanto, não é apenas uma forma de arte, mas um poderoso aliado na batalha pela equidade e pela valorização da cultura negra.
Para celebrar essa potência, quero convidar todos para a IV Semana do Hip Hop, evento capitaneado e produzido pelo nosso mandato na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em conjunto a diversas batalhas e coletivos de Hip Hop, que começou agora no dia 29. Enquanto presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Hip Hop RJ e da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, tenho muito orgulho do que estamos apresentando para a sociedade fluminense. Serão duas semanas de intensa atividade cultural e educativa, com o Hip Hop como instrumento, em um grande espaço de aprendizado, resistência e, acima de tudo, de celebração de nossas raízes.
Dos 18 eventos, oito serão rodas de rimas e batalhas de freestyle em diferentes cidades do estado do Rio. É uma oportunidade para os jovens se expressarem e para a cultura Hip Hop se solidificar nas escolas públicas, por meio do programa “Hip Hop nas Escolas”, outro braço da nossa Semana. Essa iniciativa não só ensina, mas também inspira, incentivando a criatividade e combatendo a evasão escolar, um dos grandes desafios enfrentados por nossos estudantes.
Desde sua primeira edição em 2021, a Semana do Hip Hop tem crescido em importância e alcance, resultado da união de artistas, produtores culturais e defensores dos direitos humanos. É uma honra que essa celebração esteja agora no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro, através da Lei nº 9461/2021, uma conquista que reforça nosso compromisso com a cultura e os direitos da juventude.
A Semana deste ano também se destaca por contar com novos programas de fomento à cultura Hip Hop, frutos de um árduo trabalho legislativo, que visam fortalecer ainda mais essa rica tradição.
O Hip Hop não apenas molda a identidade da juventude, mas também gera impacto econômico significativo, criando oportunidades e impulsionando a economia criativa em nosso estado.
Então, meu bonde, convido todos a participarem desta celebração cultural incrível! A Batalha do Coliseu, no dia 12 de novembro, data que marca o Dia Mundial do Hip Hop, será a festa final, coroando este evento que já é um sucesso e deve atrair mais de 8 mil participantes. Venham celebrar conosco a diversidade e a força do Hip Hop, um movimento que continua a transformar vidas e comunidades!
Edição: Jaqueline Deister