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Javier Milei demite chanceler após país votar pelo fim do embargo a Cuba em Assembleia Geral da ONU

Em comunicado oficial, gabinete da presidência argentina classificou o caso como renúncia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente argentino Javier Milei ao lado da ex-chanceler Diana Mondino - Reprodução/X Diana Mondino

O presidente argentino Javier Milei demitiu a chanceler Diana Mondino após a Argentina votar contra o embargo a Cuba na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nesta quarta-feira (30). A informação é da AFP.

Nas redes sociais, o perfil oficial do gabinete do presidente publicou um comunicado no qual trata o caso como renúncia e afirma que o país se opõe categoricamente à "ditadura cubana". "A Argentina atravessa um período de mudanças profundas e esta nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais", afirmou o comunicado. 

A nota informa que o cargo será assumido por Gerardo Werthein, embaixador da Argentina nos Estados Unidos, "que liderará a continuidade da transformação na política externa do nosso país", ressalta o gabinete.  

A aprovação do fim do embargo aconteceu nesta quarta. É a 32ª vez consecutiva que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova a resolução intitulada A necessidade de acabar com o embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos, proposta por Cuba. Junto da Argentina, outros 186 países votaram favoravelmente ao fim do bloqueio. Somente Estados Unidos e Israel se mantiveram favoráveis. A Moldávia se absteve.   

Todos os anos, desde 1992, Cuba apresenta o texto ao mais alto órgão deliberativo e representativo das Nações Unidas. Desde então, a resolução tem sido adotada por uma maioria esmagadora.   

Logo após a notícia da destituição da chanceler, Milei republicou em seu perfil no X uma publicação da deputada Sabrina Ajmechet, que dizia: "Orgulhosa de um governo que não apoia nem é cúmplice de ditadores. Viva #CubaLivre". O governo argentino anunciou que fará uma auditoria na Chancelaria para identificar impulsionadores de agendas inimigas da liberdade".

Edição: Thalita Pires