Mulheres que têm seus filhos retirados, mulheres desassistidas e humilhadas na gravidez e no parto, mães e familiares de jovens assassinados pela polícia ou encarcerados pelo estado. Mulheres que têm em comum a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos, em particular, pelo direito de exercer as maternidades das mais diversas formas e em diferentes contextos.
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A série "Transformando casos em causas", do podcast "Maternidades ameaçadas", compartilha histórias de mulheres, mães, lideranças, ativistas e profissionais que através de suas lutas, suas falas e de suas experiências têm transformado casos em causas políticas, evidenciando a recorrência da violência, do racismo e da desigualdade, mas também da potência de se unir coletivamente em causas comuns.
A cada 15 dias, a partir da próxima segunda-feira (4), um novo episódio vai apresentar essas histórias. O episódio de estreia conta a história de Ivanir Mendes de Sousa, uma mulher negra, nordestina, que tem atravessado e experimentado diversas situações de violência de estado e que, a partir delas, nos ensina sobre resistência e cuidado.
O segundo episódio, que vai ao ar no dia 18 de novembro, narra a experiência da Coletiva em apoio às mães órfãs, que surgiu a partir da mobilização “De quem é esse bebê”, que aconteceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em meados de 2017.
A partir de 2 de dezembro, o terceiro episódio reflete sobre o protagonismo de movimentos de mulheres organizados na periferia de Brasília, no Distrito Federal, a partir da trajetória da liderança comunitária Alessandra de Oliveira Alvez.
Já o quarto episódio, que encerra a primeira parte da série do podcast, compartilha a saga de Renata Aguiar após o desaparecimento de seu filho mais velho em Queimados, na Baixada Fluminense, e alguns meses depois impactada com a notícia de que seu filho caçula também havia sido morto, desta vez por policiais. O episódio vai ao ar em 16 de dezembro.
O podcast é uma produção da Rede transnacional de pesquisas sobre maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA), rede nacional e internacional de pesquisa, acolhimento e transmissão de saberes frente às violências e violações praticadas contra mulheres em suas diversas experiências de maternidades. As pesquisadoras da REMA também assinam uma coluna mensal no Brasil de Fato.
A rede reúne pesquisadoras vinculadas a diversas universidades do Brasil, entre elas, Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Brasília (Unb), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Também do exterior, como a Universidad de Buenos Aires, na Argentina, e a Kennesaw State University, nos Estados Unidos. O financiamento é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da Chamada Pró-Humanidades.
Os episódios estarão disponíveis a partir de 4 de novembro nos tocadores de áudio, como Spotify e Deezer, também no site da REMA.
Edição: Mariana Pitasse