CAÇA ASTEROIDES

Crianças da Escola do Bem Viver, em João Pessoa, descobrem novo asteroide e vão receber medalhas em Brasília

Para custear a ida, a comunidade escolar lançou uma vaquinha; programa Caça Asteroides é uma parceria do MCTI e da Nasa

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |

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A equipe é composta por crianças e o professor de astronomia Welton Dionisio, da Escola do Bem Viver, localizada em João Pessoa. - Foto: Divulgação/Escola do Bem Viver.

Composta por crianças de seis a nove anos e pelo professor da oficina de astronomia Welton Dionisio, a equipe da Escola do Bem Viver, localizada em João Pessoa (PB), descobriu um novo asteroide e foi convidada para receber medalhas na cerimônia do programa Caça Asteroides MCTI, uma parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da International Astronomical Search Collaboration (IASC/Nasa Partner).

"As crianças tiveram a oportunidade de analisar imagens do céu noturno capturadas por um telescópio no Havaí, usando o software Astrometrica. Esse software permite que a gente identifique pontos em movimento, que são potenciais asteroides. Revezamos quem analisava cada imagem e, no dia 14 de junho deste ano, a estudante Adelle, com apenas sete anos na época, detectou esse asteroide, que pré-designamos como LIA-014. A confirmação final da novidade científica deve levar mais dois anos, após análise por especialistas, e aí poderemos nomeá-lo", explica o professor Welton Dionisio.

A premiação será entregue no próximo dia 9 de novembro, em Brasília (DF), durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Para custear a ida, a comunidade escolar da Escola do Bem Viver, criou uma vaquinha on-line, que já arrecadou, até o momento, cerca de 38% da meta total (R$ 22 mil). O recurso será utilizado para comprar a passagem de todos os integrantes da equipe, composta por dez crianças e o professor.

O professor Welton Dionisio conta que soube do programa Caça Asteroides em 2022. Na época, tentou montar uma equipe, mas, segundo ele, não teve sucesso. Após dois anos, conseguiu reunir uma turma "animada para participar". Segundo ele, a curiosidade e o entusiasmo das crianças foram "essenciais para o sucesso do projeto".


Turma durante os aprendizados. / Foto: Divulgação/Escola do Bem Viver.

"Eu acredito que toda criança é um cientista nato. Elas têm uma curiosidade natural e um desejo genuíno de explorar o mundo. Esse projeto é uma oportunidade incrível para que elas vejam que podem ser protagonistas na ciência, e não apenas espectadores. Além disso, o programa Caça Asteroides permite que trabalhemos juntas habilidades técnicas, como o uso do software, e outras socioemocionais, como trabalho em equipe, paciência e dedicação. Meu desejo é que essa turminha continue dizendo seus 'nãos' e 'porquês' não apenas na infância, mas que eles sigam curiosos e questionadores sempre!", comenta Welton.

Asteroide e o programa Caça Asteroides MCTI

Ainda não é possível especificar, por exemplo, o tamanho e localização exata do asteroide encontrado pela turma. Esses dados só serão divulgados após análise final e rigorosa da IASC, em parceria com a Nasa.

Mas o que são asteroides? O site oficial do programa define como: 

Os asteroides, às vezes chamados de planetas menores, são fragmentos que sobraram da formação inicial do nosso sistema solar há cerca de 4,6 bilhões de anos. A maior parte destes antigos restos espacial pode ser encontrado orbitando o sol entre Marte e Júpiter dentro o cinturão de asteroides principal. Asteroides variam em tamanho de Vesta - o maior em cerca de 530 quilômetros de diâmetro - para corpos de até 1 metro de diâmetro. A massa total de todos os asteroides combinado é menor que a da Lua.

Aproximadamente, 100 toneladas de materiais caem na Terra todos os dias, segundo o site oficial da Nasa. "A maior parte é poeira, areia e pequenas rochas que se desintegram na atmosfera, porém, alguns destes, quando não se desintegram, podem causar grandes impactos", explana. Como exemplo são citados a queda de asteroide na Tcheliabinsk, Rússia, em 2013; e no chamado Evento de Tunguska, na Sibéria, em 1908.

Para saber mais sobre esses eventos e acerca do programa, acesse aqui.

A contribuição para a ida da equipe da Escola do Bem Viver pode ser feita por meio deste link.

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Heloisa de Sousa