Os países do Brics chegaram a uma definição de 13 países para se juntar à associação na categoria de "Estados parceiros". No entanto, não haverá uma oficialização da entrada destes países durante a cúpula, já que a partir desta definição, a presidência russa passa a realizar consultas com os países parceiros para oficializar a adesão ao Brics. O número foi confirmado anteriormente pelo assessor presidencial russo, Yuri Ushakov.
O grupo dos países convidados a fazer parte do Brics como "Estados parceiros" é composto por: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.
De acordo com fontes diplomáticas da delegação brasileira em Kazan ouvidas pela reportagem do Brasil de Fato, a Venezuela ficou fora da lista por conta de um veto do Brasil, apresentado durante as negociações preliminares da cúpula.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que os países líderes do Brics chegaram a um consenso sobre os "critérios e princípios" que irão reger a expansão do bloco no futuro. A afirmação foi feita na última quarta-feira (23) durante uma entrevista coletiva à mídia brasileira presente em Kazan, na Rússia, durante a 16ª Cúpula do Brics.
"A discussão foi sobre os critérios e os princípios que vão orientar a ampliação futura dos Brics. Agora, são 10 países e, no futuro, haverá outros. Foi discutido, foi aprovado, houve consenso sobre os princípios e critérios que guiarão essa ampliação", disse o ministro.
"Esse foi o maior trabalho que houve nesses últimos dias, conduzido pelos sherpas. Quanto à lista, será decidido daqui para frente. Teremos consultas, e a presidência russa fará consultas com cada um dos membros atuais, e anunciaremos os países. Se não for até o final do ano, será no próximo e passará para a presidência brasileira", acrescentou.
O documento final da 16ª Cúpula do Brics, intitulado de "Declaração de Kazan", confirmou o estabelecimento da categoria de "Países Parceiros do Brics", destacando "considerável interesse dos países do Sul Global".
De acordo com as autoridades russas, mais de 30 países manifestaram o desejo de colaborar de alguma forma com o grupo Brics
Líderes de 36 países participam da cúpula em Kazan
De acordo com a organização da 16ª Cúpula do Brics, 36 países enviaram líderes para participar do evento. Também participa da cúpula o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o que gerou críticas por parte da Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia criticou o fato de que Guterres aceitou o convite do presidente russo, Vladimir Putin, para participar da cúpula do Brics, mas absteve-e de participar "cúpula de paz" sobre a guerra na Ucrânia.
"O secretário-geral da ONU rejeitou o convite da Ucrânia para a primeira Cúpula Global da Paz na Suíça", disse o ministério ucraniano. "Esta é uma escolha errada que não promove a causa da paz. Isso só prejudica a reputação da ONU", declarou a chancelaria ucraniana.
De acordo com o porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haque, "secretário-geral reiterará a sua conhecida posição em relação à guerra na Ucrânia e às condições para uma paz justa baseada na Carta da ONU, no direito internacional e nas resoluções da ONU".
Haque destacou que Guterres participa da cúpula dos Brics em Kazan "tal como fez anteriormente na África do Sul, pois esta é uma prática padrão para participar em reuniões de organizações como o G7 e o G20, que incluem muitos Estados importantes".
Edição: Nathallia Fonseca