Cinema periférico

Cine Motriz, em Planaltina (DF), começa nesta quarta (23) com filmes sobre lutas periféricas e decoloniais

Festival acontece no Complexo Cultural de Planaltina entre os dias 23 e 26 de outubro

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
É a terceira edição do Festival focado em cinema periférico - Foto: Matheus Alves

O Cine Motriz, festival de cinema de Planaltina, região administrativa do Distrito Federal (DF), acontece a partir desta quarta-feira (23), com uma programação cultural que abrange filmes de perspectiva decolonial e de abordagem periférica. A terceira edição do evento segue até o sábado (26), no Complexo Cultural de Planaltina, com a apresentação de curtas e longas-metragens de documentário, experimental e ficção. Além da exibição de filmes, haverá música, discotecagem, lançamento de livro e debates.

De acordo com Adriana Gomes, uma das organizadoras do projeto, o Motriz também trabalha o acesso a janelas de exibição de filmes independentes e periféricos produzidos por cineastas brasileiros. "Esta é uma janela de filmes pouco apoiada no cenário do audiovisual no Brasil. O reflexo desse sucesso é o montante de filmes inscritos: mais de 750 em cada uma das duas primeiras edições", destaca Adriana.

Segundo a organização, o objetivo do festival é servir como “um farol que ilumina as criações contemporâneas do cinema brasileiro de curta-metragem, desbravando caminhos para democratizar o acesso à sétima arte e entrelaçar os destinos das periferias do Distrito Federal com a rica tapeçaria do cinema nacional”.

A seletiva do evento trabalha com o conceito de "escrevivências" da linguista e escritora Conceição Evaristo, o que reforça a importância de valorizar produções que dão voz a histórias que questionam as opressões de gênero, raça, sexualidade e classe. Com base nessa perspectiva, o projeto visa apresentar “uma celebração da resistência, um movimento contínuo de afeto e transformação, um espaço onde as histórias marginalizadas encontram seu eco e ressoam, alterando a lógica de poder”, afirma a curadoria.

“É uma celebração da resistência, um movimento contínuo de afeto e transformação, um espaço onde as histórias marginalizadas encontram seu eco e ressoam, alterando a lógica de poder”, destaca o edital da seleção de filmes.


Equipe de produção da mostra e dos filmes apresentados no Cine Motriz em 2023. Foto: Matheus Alves/ Divulgação

Outras atividades 

Além das exibições cinematográficas, o Cine Motriz oferece uma programação diversificada que inclui atividades culturais e debates voltados para a interação e o engajamento do público.

Na noite de abertura, o público poderá conferir a apresentação do Coco dos Encantados, que convida Martinha do Coco para uma apresentação que mescla tradição e contemporaneidade da cultura popular brasileira. O evento também contará com a participação de artistas locais, como o DJ Sapo e o Tambores do Amanhecer, que prometem animar a programação. No dia 25, haverá também o lançamento do livro A Incansável Luta por Direitos, escrito pelo rapper Markão Aborígine.

Outro destaque do festival é o debate sobre políticas públicas de difusão audiovisual, marcado para o sábado (26), no Fórum de Mostras e Festivais de Cinema do DF. Essa atividade reúne realizadores e profissionais da área para discutir os desafios e as oportunidades no cenário atual do cinema independente. A conversa abordará temas como a distribuição audiovisual em contextos periféricos e a importância de criar janelas de exibição para produções que muitas vezes não encontram espaço no circuito comercial.

O festival também oferece momentos de celebração e encontros informais, como o After com DJ Rud e o palco aberto na Cervejaria Dona Maria, que encerra a programação no sábado. Essas atividades não só promovem a troca de ideias entre os participantes, mas reforçam o espírito colaborativo do Cine Motriz, transformando o evento em uma verdadeira celebração da arte e da cultura periférica.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino