Um dos policiais militares (PM) envolvidos na agressão a pessoas que velavam dois jovens em Bauru (SP) foi afastado de atividades operacionais. O episódio aconteceu na última sexta-feira (18), quando um dia após matar Guilherme Oliveira e Luís Neto, de 18 e 21 anos, a PM foi ao velório.
Por reclamar da presença dos policiais na cerimônia, o irmão de Guilherme, de 28 anos, foi agredido e detido por desacato, ao ser sufocado em um mata-leão. Ao tentar evitar a detenção, a mãe, Nilceia Alves Rodrigues, foi arrastada pelos cabelos e jogada no chão. Antes disso, um homem presente na cerimônia foi agredido com cassetete. A cena foi filmada e circulou nas redes sociais.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, sob gestão de Guilherme Derrite, informou que abriu um Inquérito Policial Militar para apurar a conduta dos agentes envolvidos.
O Brasil de Fato questionou a pasta do governo de Tarcísio de Freitas sobre o período que o policial ficará afastado e sobre quais funções ele está, agora, desempenhando, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria. Caso haja retorno, o texto será atualizado.
Um procedimento para acompanhar o caso e as famílias também foi aberto pela Ouvidoria das Polícias, que deve deslocar representantes para Bauru para conversar com a comandância local da Polícia Militar.
Guilherme e Luís foram mortos na última quinta-feira (17) por policiais do 13º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) no bairro Jardim Vitória. Na versão da polícia, os agentes faziam uma operação na comunidade quando foram recebidos a tiros e reagiram, atingindo fatalmente os jovens, com quem foram apreendidas drogas e armas.
As famílias de ambos contestam e ressaltam que nenhum deles andaria com arma de fogo. Denunciam, ainda, que tanto elas quanto as duas ambulâncias do Serviço Médico de Urgência (Samu) que foram acionadas foram impedidas de chegar até onde os jovens estavam caídos.
Edição: Geisa Marques