reta final

Em ato de campanha, Alckmin critica gestão de Nunes e chama Boulos de 'servidor do povo'

Evento reuniu estrelas do PSB na tentativa de conquistar uma virada na última semana da corrida pela prefeitura de SP

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Vice-presidente da República fez sua primeira aparição na campanha do psolista - Pedro Stropasolas

"Vamos virar Boulos" e "Eu acredito" foram os cantos entoados pelos cerca de 300 presentes em ato de campanha de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo no Teatro Gazeta, na região central de São Paulo.

O evento reuniu estrelas do PSB para manifestação de apoio ao candidato do Psol. Estiveram presentes no "grande encontro da frente ampla" o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Marcio França, ambos da legenda socialista, além do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da candidata a vice-prefeita, Marta Suplicy, os dois do PT.

O evento também contou com outras figuras de destaque, como o rapper Rappin' Hood, a cartunista Laerte e o ex-ministro da Casa Civil no mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Clóvis Carvalho.

Geraldo Alckmin, vestido com meias estampadas com o número 50, destacou que a candidata do seu partido, Tabata Amaral, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, foi a primeira a declarar apoio em Boulos, na mesma noite do resultado do pleito.

Ele destacou o problema de gestão na prefeitura de Ricardo Nunes e o déficit bilionário em 2023, segundo ele, por fins eleitorais.

"Esse governo que está aí teve em 2021 um superávit de R$ 3 bilhões. No ano passado, já fez um déficit primário de mais de R$ 6 bilhões. E esse ano vai ser pior ainda. Os fins não justificam os meios. Quebrar governo para tentar ganhar a eleição é subestimar a inteligência das pessoas", afirmou Alckmin.

O vice-presidente da República continuou, olhando para os candidatos a prefeito e vice: "Nós estamos aqui para dizer ao Boulos e à Marta: contem conosco".

"Tem gente que se elege para se servir, e ele é um servidor do povo. Quando Boulos pede voto, ele pede igual oportunidade de servir", complementou Alckmin.

Em uma fala contundente, Boulos agradeceu os apoios recebidos e elogiou a frente formada em seu apoio.

"Se a gente somar quem está aqui nesse palco, deve ter umas vinte posições políticas diferentes. Agora, nosso campo sabe definir aquilo que é diferença de visão e aquilo que é demarcação de lado. Demarcação de lado é o enfrentamento da extrema direita", declarou. "Aqui, hoje, pessoas que estão em diferentes campos políticos formalizam a construção de uma frente que defende que São Paulo se livre dos riscos que estão colocados nesse momento", completou.

Boulos também teceu críticas a Nunes e à aliança do campo da direita. "Vejo dois grandes riscos na cidade de São Paulo. Vejo algumas pessoas dizendo que nosso adversário é inofensivo. Mas nosso adversário nessa eleição não é simplesmente o Ricardo Nunes. Nosso adversário é uma máquina de uma aliança da direita e da extrema direita, que quer usar São Paulo como um trampolim para a retomada de poder em Brasília daqui a dois anos", afirmou.

"Nosso adversário também é um processo que vimos acontecendo em outras partes do país, que até agora não preocupava os paulistanos: é a infiltração do crime organizado nos negócios públicos de uma maneira definitiva", disse Boulos, em referência a diversas acusações de que o PCC estaria infiltrado em serviços públicos na cidade.

Mais apoios

"Órfa do PSDB", como se define, a escritora Beatriz Bracher criticou em sua fala a gestão de Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, e declarou voto em Boulos.

"Nunes é uma pessoa sem vigor. Os espaços que o prefeito não ocupa estão sendo ocupados pela desonestidade e pelo crime", afirmou.

Votar em Nunes, segundo ela, é dar palanque à extrema direita. "Não podemos nos esquecer dos quatro anos de Bolsonaro. Isso está agora do nosso lado, crescendo."

O ministro Márcio França se mostrou confiante na eleição de Boulos e lembrou da sua própria virada nas eleições para o governo de São Paulo em 2018 contra Paulo Skaff (MDB), que aparecia na frente nas pesquisas à época. 

"A maioria já decidiu por mudança. Ele teve a oportunidade dele. Ele não era um cara preparado para ser prefeito. Ele se demonstrou frágil pro exercício de uma função do tamanho da prefeitura de São Paulo", pontuou França, ao se referir a Ricardo Nunes.

Edição: Thalita Pires