Na próxima quarta-feira (30), os ex-policiais militares e executores acusados de Marielle Franco e Anderson Gomes, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, vão a júri popular no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, no centro da capital, a partir das 9h.
Após seis anos atuando para buscar por justiça, defender o seu legado e a sua memória, o Instituto Marielle Franco, fundado pela família da ex-vereadoras, convoca para um ato no amanhecer do dia do julgamento dos réus em frente ao Tribunal para reunir pessoas que também querem exigir uma resposta contundente e séria no caso. O ato está sendo convocado para às 7h da manhã da quarta-feira (30) e outros amanheceres estão sendo organizados em outras cidades pelo Brasil.
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Marinete Silva, mãe de Marielle e fundadora do Instituto, relembra que "foram 78 meses e mais de 2 mil dias em que nos juntamos desde que nos tiraram Marielle e Anderson". A força coletiva de tantas pessoas que nos apoiaram durante todos esses anos nos trouxe até aqui e nesse mês a justiça, enfim, vai começar a ser feita. Esse é um momento decisivo para todo mundo que luta por justiça e para quem acredita que o Brasil precisa ser um país sério que não permite que uma mulher negra seja assassinada com sete tiros na cabeça voltando do trabalho", afirma.
Ligia Batista, atual Diretora Executiva, ressalta que "o assassinato de Marielle e Anderson é um marco de violência política de gênero e raça no Brasil. A impunidade em crimes cometidos por agentes ou ex-agentes do Estado contra a vida de defensores de direitos humanos permite a repetição de atos semelhantes e a perpetuação do racismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia".
Em março deste ano, os irmãos Domingos Brazão, então conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, eleito deputado federal pelo União Brasil, além do delegado Rivaldo Barbosa, foram presos como mandantes do atentado que vitimou Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Os três foram presos no Rio de Janeiro, de forma preventiva, na Operação Murder, Inc., deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Federal (PF).
Edição: Mariana Pitasse