O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (19) que o Governo Federal irá ajudar as famílias atingidas pelo apagão em São Paulo e destacou a responsabilidade do governo de Ricardo Nunes (MDB) no colapso que deixou mais de 3 milhões de paulistanos sem energia elétrica.
O depoimento aconteceu em live ao lado do candidato a prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol), após os dois cancelarem, por conta da chuva, duas caminhadas de campanha que fariam pela cidade ao lado da candidata a vice-prefeita na chapa, Marta Suplicy (PT).
"1492 arvores que poderiam ter sido podadas e que não foram. É o mínimo que um prefeito pode fazer. Todo prefeito e vereador em São Paulo sabe que quando chove tem problema de árvores. Então era obrigação do prefeito ter podado", disse o presidente.
Até esta sexta feira (18), uma semana após o início do colapso elétrico, nem todas as famílias tinham a luz reestabelecida pela Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia.
Lula destacou que será criado o mesmo programa que foi feito no caso das enchentes no Rio Grande do Sul e que os mais de 250 mil comerciantes atingidos também poderão ter acesso ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
"O meu governo fez pro Rio Grande do Sul o que jamais tinha sido feito na história do Brasil, em qualquer acontecimento grave. Nós fizemos um compromisso que ia ajudar o povo de Rio Grande do Sul e eu quero reiterar na sua frente. Nós vamos ajudar o povo de São Paulo da mesma forma que ajudamos o povo do Rio Grande do Sul", colocou Lula.
"850 mil pessoas que tiveram danos nas suas casas. 850 mil pessoas ficaram sem energia por mais de 24 horas. Nós temos que dar condições para essas pessoas comprarem o que elas perderam", complementou.
Otimismo na virada
Confiante na eleição de Boulos, o presidente pediu votos ao candidato e declarou que ele é alguém que "vai governar São Paulo com a cabeça e o coração". Lula destacou a parceria que poderá acontecer com o Governo Federal.
"Nós vamos fazer uma revolução nesse país, porque no meu governo os pobres vão voltar ao orçamento, o emprego formal vai voltar, os empreendedores vão ter créditos e o povo vai ser muito mais feliz. Isso está tudo a serviço desse moço quando ele for prefeito dessa cidade. Então acredite", disse Lula ao lado de Boulos.
"Esse homem vai brigar para que o povo tenha o que merece, sobretudo o povo da periferia que muitas vezes se sente abandonado e invisível", completou.
Lula destacou ainda a atuação do candidato do Psol na luta por moradia quando Boulos era liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e deu uma dica ao candidato:
"Mostra o que vocês fizeram. Compara com as casas do governo, da prefeitura, com o que vocês fizeram dentro do programa Minha Casa Minha Vida Entidades. Apartamentos de 60m², prédios com elevador. É extraordinariamente bonito e bem feito", disse emocionado.
Da sua parte, Boulos reiterou que a eleição não está perdida e pediu para o povo não se assuste com as pesquisas. Ele criticou o sumiço de seu adversário nos últimos debates e a "arrogância" de Ricardo Nunes, a quem disse que está em um clima de "já ganhou".
Mais tarde, às 21h, o candidato participa do debate promovido pela TV Record e pelo jornal Estadão. Boulos demonstrou animação para a última semana de campanha. "Nós vamos conversar com cada morador de São Paulo, em todos os cantos", afirmou.
Edição: Rodrigo Gomes