Rio de Janeiro

CULTURA E EDUCAÇÃO

Projeto atualizado da Escola de Cinema é apresentado à reitora da UENF

Encontro também tratou da organização do Seminário de Cinema e Audiovisual do Norte e Noroeste Fluminense

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Encontro com a reitora da UENF, Rosana Rodrigues, aponta investimentos para o audiovisual em Campos dos Goytacazes - Foto: divulgação

A Escola de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes, um dos sonhos do antropólogo Darcy Ribeiro, caminha para enfim sair do papel. Na última semana, os responsáveis pela retomada da pauta apresentaram à reitora da UENF, Rosana Rodrigues, a primeira versão do projeto atualizado.

“No dia 16 de agosto, quando se comemorou o 31º aniversário da UENF, lançamos o curta-metragem ‘Campos é uma cidade de cinema’, com narração do ator campista Tonico Pereira. O filme foi o embrião para recuperarmos a relação histórica do Norte Fluminense com o cinema brasileiro, encabeçando uma série de outras ações voltadas a esse objetivo. Agora, na reunião de segunda-feira (7) com a reitora, demos mais um importante passo para que o projeto possa ser colocado em prática”, destaca o cineasta Fernando Sousa, doutorando do programa de pós-graduação em Sociologia Política da universidade. 

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Além de Sousa, o encontro com Rosana Rodrigues também teve participação do professor Geraldo Timóteo, diretor do Centro de Ciências do Homem (CCH) da UENF; dos também professores Mauro Macedo Campos e Roberto Dutra, membros do Laboratório de Gestão de Políticas Públicas da universidade; e de David Maciel, coordenador do curso de pós-graduação em Sociologia Política. O projeto em questão está sendo idealizado, discutido e elaborado no âmbito do Plano de Desenvolvimento Institucional do CCH-UENF.

A reunião também abordou sobre a organização do Seminário de Cinema e Audiovisual do Norte e Noroeste Fluminense; a criação do Festival Internacional Goitacá de Cinema, previsto para agosto de 2025, uma iniciativa da produtora Quiprocó Filmes, que pensa no evento como um marco para o setor audiovisual em Campos; outro tema debatido foi a possibilidade de a UENF ofertar uma disciplina de “Cinema e sociedade” já no primeiro semestre de 2025, em níveis de graduação e pós-graduação; e, por fim, comentou-se sobre o início de uma interlocução com o sociólogo Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura e atual assessor especial do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

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Nos últimos meses, a UENF demonstrou que dará maior atenção ao assunto cinema. Em junho, por exemplo, a Casa de Cultura Villa Maria sediou a exibição do documentário "Rio, Negro" (2023), de Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, seguida por um debate sobre a proposta de criação do curso de cinema. No mês seguinte, o Conselho Universitário da UENF (CONSUNI) aprovou a concessão do título de Doutora Honoris Causa para a atriz e cantora Zezé Motta. A artista é a primeira personalidade a receber este título na universidade. A proposta de concessão do título de Doutora Honoris Causa à atriz foi feita pela Diretoria de Cultura da universidade.

Nos áureos tempos do cinema em Campos, a cidade chegou a ter quase 70 salas para exibições de filmes. Atualmente, conta com apenas três cinemas, todos em shoppings, além de alguns cineclubes, entre eles o Cine Darcy, realizado pela UENF. Em relação à produção cinematográfica, a planície goitacá foi palco de gravações de novelas, como "Escrava Isaura" (1976), de Walcyr Carrasco, e filmes, como "Ganga Zumba" (1963) e "Xica da Silva" (1963), de Cacá Dieguez. Produções locais também foram promovidas, com destaque para os filmes "Sobre o domínio da fé" (1995), de Maria Helena Gomes; "Forró em Cambahyba" (2013), de Vitor Menezes; e "Faroeste Cabrunco" (2022), de Victor van Ralse.
 

Edição: Jaqueline Deister