A campanha de Guilherme Boulos (Psol), candidato à Prefeitura de São Paulo, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra o Instituto Datafolha questionando a pesquisa mais recente sobre intenções de voto, divulgada no dia 10 de outubro.
De acordo com nota enviada pela campanha, "o instituto não informou as alterações aplicadas nos resultados originais da pesquisa, que resultaram em números mais positivos para o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) do que os coletados na pesquisa de campo".
O principal argumento apresentado na ação é que houve irregularidades na ponderação dos dados. Este procedimento é usado por institutos de pesquisa para aproximar os resultados do cenário real onde o questionário foi aplicado.
"A intenção espontânea de voto para o segundo turno, por exemplo, apresentava uma diferença de 2 pontos percentuais entre Nunes e Boulos. Mas, após a ponderação, essa diferença aumentou para 12 pontos", aponta a nota.
Tais mudanças nos resultados de intenção de voto não são compatíveis com a ponderação divulgada pelo Datafolha, que alterou os dados demográficos em valores que não chegaram a 2 pontos percentuais.
A campanha questiona ainda o resultado sobre a rejeição aos candidatos, que teria sido alterado em relação aos valores originais, favorecendo o atual prefeito. Nesse cenário, Nunes aparece com 3,8 pontos percentuais acima para certeza de voto, e 4,7 pontos abaixo para rejeição, enquanto para Boulos o valor é reduzido para certeza de voto em 6,7 pontos e aumentado em 6,5 para a rejeição.
Em texto publicado na Folha de S.Paulo, Luciana Chong, diretora do Datafolha, afirma que o registro do levantamento respeitou todas as exigências do tribunal. A diretora afirma que as determinações do tribunal sobre pesquisas eleitorais, publicadas em 2019 e atualizadas em fevereiro deste ano, não exigem que todas as variáveis sejam indicadas ao registrar o levantamento.
Edição: Thalita Pires