O primeiro debate do segundo turno entre os candidatos para a Prefeitura de Natal (RN), Paulinho Freire (UB) e Natália Bonavides (PT), transmitido pela Band, aconteceu na noite desta segunda-feira (14). Polarizado, o embate destacou relações dos candidatos com o atual prefeito, apoiador de Freire, e com a governadora do estado, do mesmo partido que Bonavides. Além disso, acusações mútuas sobre fake news apareceram em diferentes assuntos.
No primeiro bloco do debate, com perguntas diretas entre os candidatos, tanto Freire quanto Bonavides questionaram as atuações dos adversários na Câmara dos Deputados, onde ambos ocupam o cargo de deputados federais. O voto do candidato de direita pela redução de impostos sobre armas e o voto contra a prisão preventiva de Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, foram posicionamentos de Freire trazidos pela petista.
O adversário, por sua vez, voltou a falar sobre o projeto de lei em tramitação na Câmara que descriminaliza o furto por necessidade, que possui coautoria de Natália Bonavides. O assunto já foi abordado na propaganda eleitoral de Freire, que afirmava que "Natália é coautora do projeto que defende a pessoa que furta você e para não ser punida alega que foi por necessidade". Ainda no primeiro turno, a petista pediu direito de resposta, negado pela Justiça Eleitoral.
Na semana passada, a candidata afirmou, em vídeo divulgado nas redes sociais, ter feito denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de ataques virtuais e campanhas desinformativas sobre sua candidatura, sem especificar o assunto. "Esse tema das fake news tem me custado ameaças de morte, ameaças de estupro (...) então não é um tema de brincadeira, não é piada", disse durante o debate.
Prefeitura e governo do estado
Os candidatos também voltaram atenção aos cabos eleitorais envolvidos na disputa. Apoiado por Alvaro Dias (Republicanos), Freire confirmou o questionamento de Bonavides de que "pretende dar continuidade" ao trabalho exercido pelo atual prefeito, enquanto a petista, que possui apoio da governadora Fátima Bezerra, do mesmo partido e reeleita em 2022, disse acreditar que o elo entre município, estado e governo federal estará fortalecido caso seja eleita.
A relação entre Bonavides e Bezerra foi retomada em diferentes momentos ao longo dos próximos blocos. "Sabe aquele 'meme' da internet que diz 'foi culpa do PT'? o candidato Paulinho Freire está fazendo desse jeito", provocou a petista. Em resposta, mais adiante, o candidato do União Brasil questionou se a relação entre ambas fará, em caso de eleição, o governo "pagar o que deve ao município de Natal".
No segundo bloco, com perguntas de eleitores indecisos entrevistados pela emissora, os candidatos expuseram propostas sobre mobilidade, preparação par lidar com eventos climáticos extremos e geração de empregos. Educação, um tema recorrente em debates anteriores, apareceu, mas não recebeu o destaque ou o tempo habitual nas respostas.
"Natal não foi a cidade que mais gerou empregos no Rio Grande do Norte no ano passado. Como uma capital não é a que mais gera empregos dentro do estado? Isso demonstra que não há políticas eficientes", questionou a candidata do PT. Em contrapartida, o candidato do União Brasil disse que pretende aumentar os investimentos da capital potiguar no setor turístico. "Vai ser a grande bandeira deste município."
Troca de acusações de assédio eleitoral aos trabalhadores comissionados na Prefeitura, segundo Bonavides, e no Governo do Estado, conforme acusa Freire, permearam os minutos finais do debate. Ambos afirmaram que questão deve ser judicializada no futuro.
Edição: Nicolau Soares
