Desde que substituiu Joe Biden como indicação democrata à Casa Branca, em julho deste ano, Kamala Harris esteve sempre à frente do adversário, o republicano Donald Trump, nas principais pesquisas de intenção de voto. As últimas análises das três principais agências de pesquisas americanas mantêm o tímido favoritismo da atual vice-presidente dos Estados Unidos.
De acordo com a Reuter/Ipsos, Kamala tem a preferência de 47% dos entrevistados, apenas dois pontos à frente de Trump, com 45% das intenções de voto. Ambos os candidatos estão tecnicamente empatados.
A distância entre eles é um pouco maior na contagem feita pelo The New York Times/Siena College, que indica a democrata com 49% do eleitorado e Donald Trump com 46%. Cenário semelhante é registrado pela plataforma 538, especializada em pesquisas políticas, que condensa os dados de todas as agências nacionais. Kamala aparece com 48,6% das intenções de voto, enquanto Donald Trump tem 45,9%.
Se considerarmos a margem de erro, os candidatos estão empatados em todas as pesquisas, repetindo um cenário bastante parecido com o da última corrida presidencial, disputada entre Joe Biden e Donald Trump, que tentava sua reeleição.
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Alguns especialistas são críticos destas pesquidsas que estudam o eleitorado como um todo, já que a eleição nos Estados Unidos é indireta. Para eles, é mais interessante avaliar a pesquisa em cada estado, focando sobretudo nos chamados "estados pêndulos", que são fundamentalmente os que decidem as eleições por não terem um vencedor (democrata ou republicano) previsível.
Dos sete estados pêndulos, Kamala está à frente em quatro: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e Nevada. Em todos eles, a democrata tem entre 1 e 2 pontos de vantagem. No Arizona, na Carolina do Norte e na Geórgia, Donald Trump aparece na liderança, também com 1 ponto de vantagem.
Guerra para além das urnas
Kamala Harris se vê pisando em ovos ao defender o apoio do presidente Joe Biden a Israel, enquanto corre o risco de alienar os eleitores muçulmanos e árabes estadunidenses – o que pode custar sua eleição. Já Donald Trump continua com seu prognóstico apocalíptico de uma Terceira Guerra Mundial caso ele não retorne à Casa Branca.
Ambos os candidatos participaram de cerimônias de homenagem às vítimas israelenses do ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado. Enquanto isso, milhares de pessoas tomaram as ruas das principais capitais para protestar contra o massacre conduzido por Israel e que matou mais de 40 mil pessoas apenas em Gaza.
Há registros de protestos em Paris, Roma, Cidade do Cabo, Nova York, Minneapolis e mais. Talvez o maior protesto tenha sido o de Londres, onde 40 mil manifestantes pró-palestina marcharam pacificamente na capital britânica. Desde que o massacre de Gaza começou, Biden tem sido criticado por não condenar Israel — o principal aliado dos EUA no Oriente Médio — por seus ataques mortais aos palestinos.
Washington fornece a Israel pelo menos US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 21 bi) em ajuda militar anualmente e Biden deu sinal verde para destinar US$ 14 bilhões em assistência adicional ao aliado dos EUA desde que a guerra de Israel na Faixa de Gaza começou, em outubro do ano passado.
Edição: Rodrigo Durão Coelho