A seca na região Norte diminuiu consideravelmente os níveis da bacia hidrográfica do rio Xingu e levou o poder público a declarar situação crítica de escassez de recursos hídricos no curso d’água.
Aprovada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Águas (ANA), a decisão tem previsão de vigência até 30 de novembro. O objetivo é colocar em prática ações que aumentem a segurança hídrica e diminuam os impactos do cenário.
A declaração oficial da ANA permite a adoção de medidas preventivas e visa alertar a população sobre a gravidade da situação. Se necessário, a agência poderá, inclusive, alterar regras de uso e implementar outras ações para gerenciar a crise.
O Xingu é essencial para mais de 5 mil indígenas de 14 etnias diferentes. Além de fonte de alimento e meio de transporte, é parte da cultura e dos modos de vida dessas populações.
Responsável pelo abastecimento de cidades como Altamira e Vitória do Xingu, o rio leva água para milhares de pessoas que vivem em zonas urbanas. Ele também abriga o complexo hidrelétrico de Belo Monte, um dos maiores do país.
A declaração de escassez para o rio Xingu não é um caso isolado. Apenas este ano, a ANA já emitiu outros três alertas similares. Em maio, a Região Hidrográfica do Paraguai foi declarada em situação crítica. Em julho foi a vez dos rios Madeira, Purus e seus afluentes, Acre e Laco.
Mais recentemente, em 23 de setembro, a ANA aprovou uma declaração de escassez para o trecho baixo do rio Tapajós.
A seca severa na região amazônica impacta mais de 250 mil pessoas em 20 municípios, segundo a Defesa Civil. Milhares de comunidades estão isoladas e enfrentam dificuldades para obter alimentos e água potável.
Edição: Thalita Pires