União de Salabert e Correia já não garante ida ao 2º turno e voto útil em Noman ameaça ambos
A pesquisa da Quaest para a prefeitura de Belo Horizonte (MG), divulgada na manhã desta quarta-feira (18), trouxe algumas confirmações ao eleitorado da capital mineira. A ascensão do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que aparece em segundo lugar somando 20% das intenções de voto, empatado na margem de erro com o bolsonarista Bruno Engler (PL), que tem 18%. Mauro Tramonte (Republicanos) segue à frente, com 28%.
A notícia ruim aos belo-horizontinos progressistas é que a contenda entre as candidaturas de Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), que dividem os votos de um eleitor que está no mesmo espectro político, parece ter atrapalhado a corrida eleitoral de ambos.
Na pesquisa divulgada hoje, Salabert aparece com 10% das intenções de voto e Correia soma 5%.Somados, teriam 15%, no máximo, empatados com Noman no limite da margem de erro.
A pesquisa da Quaest de 28 de agosto deste ano, mostrava Salabert com 12% das intenções de voto e Correia com 6%. Na soma dos valores, sem juízo sobre a transferência automática dos votos, uma campanha unificada teria potencial para 18%, o que os colocaria isolados em segundo lugar, já que Noman somava apenas 9% e Engler tinha 12%.
O levantamento seguinte, também da Quest, publicado em 11 de setembro, mostrava Salabert com 11% e Correia com 5%. Somados, 16%, mesmo valor de Engler, que aparecia empatado tecnicamente, dentro da margem de erro, com Noman, que somava 20%.
A união formal das candidaturas, com algum dos candidatos assumindo o posto de vice do outro, já não é possível pelas regras eleitorais. O apelo, neste momento, é pela desistência de uma das campanhas em nome do voto unificado dos progressistas. Salabert tem ao seu lado o argumento poderoso da dianteira nas pesquisas. Já Correia tenta mostrar que a força do PT no estado pode forçar a ida ao segundo turno.
Na semana passada, Bella Gonçalves (PSOL), candidata a vice na chapa de Correia, falou sobre a aliança entre as duas candidaturas. “Temos que entender que o processo eleitoral este ano é um processo do embate grande com a extrema direita e precisamos estar em permanente diálogo para que se unifique. Nunca é tarde para uma união em primeiro turno. Caminhar sozinho e caminhar isolado nunca é uma boa alternativa e para a cidade pode ser desastroso.”
Salabert, que apareceu à frente na maior parte dos levantamentos, respondeu ao aceno, afastando a possibilidade de desistir de sua candidatura. “Não foi possível fazer uma união partidária, mas faremos uma união eleitoral, porque eu tenho certeza que os eleitores da esquerda vão votar naquele nome que tem mais chance de vencer as eleições, que é o nosso nome.
A 18 dias da eleição, uma aliança de Salabert e Correia é pouco provável e parece não haver clima entre as duas campanhas para uma junção.
Edição: Geisa Marques