O bolsonarista Odílio Balbinotti Filho lidera a lista, seguido pela milionária Francine Kallas
Até o fechamento desta coluna, o empresário do agronegócio Odílio Balbinotti Filho é o maior doador de campanhas eleitorais do Brasil, após despejar R$ 1.262.500,00 em uma candidatura e em cinco diretórios municipais, de Cuiabá e Rondonópolis, no Mato Grosso.
Candidata a vereadora em Cuiabá (MT), Samantha Iris (PL) recebeu R$ 50 mil de Balbinotti Filho. Os demais recursos foram divididos entre os diretórios municipais de Rondonópolis do PSDB (R$ 328,5 mil), Podemos (R$ 242 mil) e Democracia Cristã (R$ 242 mil); além dos diretórios de Cuiabá de Novo (R$ 200 mil) e PRTB (R$ 200 mil).
Em 2022, Balbinotti Filho doou R$ 1,5 milhão para cinco candidaturas. A maior parte, R$ 600 mil, foi destinada à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputava a reeleição e foi derrotado pelo atual mandatário do país, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao pulverizar suas doações em quatro partidos, Odílio Balbinotti Filho quer garantir a manutenção do controle da política mato-grossense, em especial na região de Rondonópolis. O empresário é filho do ex-deputado federal Odílio Balbinotti, que cumpriu quatro mandatos em Brasília, e já foi cotado para a disputa do governo do Mato Grosso, em 2022.
Bolsonarista confesso, Odílio Balbinotti Filho, conhecido como "rei das sementes", é presidente do Grupo Atto, que engloba diversas empresas da família que atuam no agronegócio. Entre elas, está a Atto Agrícola, que tem a maior produção de sementes de soja do Brasil.
Logo atrás de Balbinotti Filho na lista dos maiores doadores até o momento, está a empresária Francine Prado Kallas, que doou R$ 1 milhão para o diretório estadual do PSD de São Paulo, controlado por Gilberto Kassab, secretário de Relações Institucionais do governo de Tarcísio de Freitas.
A família de Kallas é dona do Grupo Cedro, que tem entre suas empresas a Cedro Mineração, que atua na exploração e comercialização de ferro. A empresa é presidida por seu irmão, Lucas Prado Kallas, que integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, o famoso "Conselhão" do governo Lula.
Em 2008, Lucas Kallas foi preso no âmbito da Operação João de Barro, acusado de desviar recursos públicos via obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em cidades de Minas Gerais. O caso prescreveu na Justiça.
Em Santos, município do litoral de São Paulo, Jorge Fernandes (PSB), que disputa a eleição para vereador da cidade, se tornou o candidato a fazer a maior doação para a própria campanha. Ao todo, ele investiu R$ 1,1 milhão em si mesmo.
O fato poderia soar corriqueiro se Fernandes não tivesse declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que possui um patrimônio de R$ 350 mil – um apartamento, valor que corresponde a cerca de um terço da doação feita pelo candidato para a sua própria campanha.
Para que se tenha ideia do montante, o candidato que aparece após Fernandes entre os que doaram maior valor para a própria campanha é Eduardo Girão (Novo), que disputa a prefeitura de Fortaleza, com uma doação de R$ 300 mil.
Prefeito denuncia ataques racistas
Em Santaluz, na Bahia, o atual prefeito e candidato à reeleição, Arismário Barbosa Junior (Avante), divulgou uma nota triste, lamentando um tenebroso ataque racista que sofreu de um "opositor político" que não teve a identidade revelada.
Em um grupo de Whatsapp com empresários da região, o racista afirmou, segundo a nota do prefeito: "Eu já disse que, nesse churrasco aí, eu vou levar o carvão, viu? Lembre-se disso: vou levar o carvão Arismário. Aceso, ele te queima. Apagado, ele te suja".
"Em resposta ao comentário profundamente ofensivo e racista que circulou recentemente, sinto a necessidade de me manifestar como prefeito e cidadão. O comentário sobre mim, fazendo uma comparação extremadamente desrespeitosa ao usar o termo 'carvão', revela não apenas a falta de respeito, mas também a continuidade de um problema grave que afeta muitas pessoas. Não apenas o comentário me deixou muito triste, mas sim saber que independente da posição ou status social, nós negros, sempre sofreremos preconceito", lamentou o prefeito.
Edição: Nicolau Soares