O União Brasil, em São Paulo, decidiu punir o vereador Rubinho Nunes, candidato da reeleição pelo partido. Ele declarou apoio, neste final de semana, ao candidato a prefeito pelo PRTB, Pablo Marçal.
O UB, em São Paulo, é presidido pelo vereador Milton Leite, presidente da Câmara e um dos principais apoiadores do atual prefeito, Ricardo Nunes(MDB). Dessa forma, o União Brasil integra a coligação governista nas eleições municipais na capital paulista.
Em vídeo nas redes sociais, Rubinho Nunes declarou apoio a Marçal, anunciou agenda juntos e ouviu do coach uma profecia de que pode ser presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, caso seja reeleito.
Em nota, o União Brasil informou que Rubinho "será retirado da propaganda eleitoral do partido no rádio e na televisão e não terá mais acesso aos recursos do fundo eleitoral."
No mesmo texto, Leite reforçou que "o União Brasil tem o compromisso de apoiar o prefeito Ricardo Nunes e os candidatos que estiverem em discordância sofrerão as consequências".
Ao portal Metrópoles, Rubinho Nunes informou que o movimento é exclusivamente dele, e não do partido. Ele foi o primeiro bolsonarista a desembarcar da campanha de prefeito e apostar na candidatura de Marçal.
"Enfrentei os mesmos inimigos ao longo de quatro anos, e não teria outro lugar de estar a não ser ao lado do próximo prefeito de São Paulo", afirmou em depoimento à coluna Painel, da Folha de S, Paulo.
A especulação é de que outros candidatos façam o mesmo movimento, com a ascensão de Pablo Marçal nas pesquisas e a estagnação de Nunes.
Rubinho Nunes é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL). Está no seu primeiro mandato como vereador de São Paulo e acumula posicionamentos extremistas.
A mais recente iniciativa dele foi o chamado PL da Fome. O texto previa a criação de regras, por meio de cadastros, autorizações da Prefeitura e outros processos burocráticos para doar comida para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Aos que descumprirem, a multa seria de R$17.680. Com a repercussão negativa, o vereador decidiu tirar o tema de pauta.
Antes do PL da Fome, Rubinho Nunes também tentou criminalizar a conduta do Padre Júlio Lancelloti, uma das referências dos movimentos que apoiam a população em situação de rua, em São Paulo. Na época, Rubinho propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do padre e de ONGs e coletivos que atuam na região da Cracolândia.
Edição: Camila Salmazio