O candidato à Prefeitura de São Paulo Ricardo Senese (UP) classificou o seu adversário Guilherme Boulos, do Psol, como um candidato do centro, reforçando a importância de sua candidatura à esquerda.
"Se a gente olhar o que é a chapa hoje, trazendo a Marta [Suplicy, do PT], que foi uma pessoa que votou pelo impeachment, que teve todo o movimento à direita, com toda a conjuntura que está sendo trazida, [a chapa] é para o centro, não é para reivindicar as bandeiras históricas da classe trabalhadora", disse Senese durante a sabatina do Brasil de Fato, nesta quinta-feira (29).
O candidato afirmou que o seu partido, a Unidade Popular, descartou apoiar Boulos no primeiro turno e lançar um candidato próprio por entender que pautas sensíveis à sigla não foram colocadas na chapa do Psol-PT.
"A nossa questão é mirar com energia contra o fascismo. Não estamos para ficar demarcando dentro do nosso campo. Nós queremos chamar a atenção e fazer um trabalho popular nas periferias. A Unidade Popular vem fazendo porta a porta, fazendo um trabalho político e ideológico. E a gente não vê todo o campo fazendo isso, que deveria ter sido feito", afirmou o sabatinado.
Senese também evitou falar em apoio a Boulos em um eventual segundo turno. "Nós vamos ter que esperar acabar o primeiro turno. Foi uma coisa que a gente tirou internamente porque tem várias situações que podem acontecer. Nós estamos fazendo a discussão pelo socialismo, pela construção do poder popular, porque a vida do nosso povo também está muito difícil", completou.
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Segundo a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28), Senese não pontuou nas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo. Já Boulos, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) aparecem tecnicamente empatados nas intenções de voto.
O psolista está à frente, com 22%, enquanto o atual prefeito e o coach têm 19% cada. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, há empate triplo.
Edição: Martina Medina