Investigação

Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, depõe ao STF pela 1ª vez após delação

Testemunhas de acusação foram ouvidas na semana passada, incluindo a ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ronnie Lessa está preso desde março de 2019 e irá a júri popular, junto com Élcio Queiroz, pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes - Reprodução/Globo

O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, depõe no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27).  

É o primeiro depoimento aos ministros após a homologação de sua delação premiada, quando apontou os supostos mandantes do crime: os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e deputado federal, respectivamente. Como Chiquinho Brazão tem foro privilegiado, o caso passou a ser julgado pelo STF. 

No depoimento prestado à Polícia Federal, Lessa explicou que a ordem de buscar nomes do Psol foi do ex-policial Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé e considerado um intermediário entre os executores e os mandantes do crime. 

Segundo Lessa, um dos nomes seria o de Marcelo Freixo, mas o plano não foi levado adiante por temor da repercussão que o caso teria e pelo esquema de segurança que protegia o hoje presidente da Embratur.  

Por meio do depoimento de Lessa, sabe-se que os irmãos Brazão teriam oferecido a ele e a Macalé um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais. 

Além dos irmãos Brazão, Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, também foi preso em março. Ele foi ouvido pela primeira vez na semana passada, em depoimento à pela Polícia Federal, por ordem de Alexandre de Moraes.  

Rivaldo é acusado de atuar para tentar protegê-los da investigação depois do assassinato, o que nega. Já Macalé foi morto em novembro de 2021 e, até hoje, as investigações sobre seu assassinato não foram finalizadas. 

O interrogatório deve ser realizado às 13h pelo juiz instrutor Airton Vieira, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Na sequência, deve ser ouvido o ex-policial Élcio de Queiroz, que dirigia o carro durante a execução da vereadora. 

Nos últimos 10 dias, testemunhas de acusação foram ouvidas. Entre elas, a ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que estava ao lado da vereadora, no banco de trás do veículo dirigido por Anderson Gomes. Ela foi a única a sobreviver ao atentado.  

Edição: Nathallia Fonseca