Os países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado Comércio dos Povos (Alba-TCP) apoiaram nesta segunda-feira (26) a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato na Venezuela. Oito países participaram da a 11ª Cúpula da organização, além do próprio chefe do Executivo venezuelano.
Segundo o grupo de países, é preciso “respeitar a soberania” da Venezuela na tomada de decisões internas. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou defender os interesses do povo venezuelano e reforçou a necessidade de driblar as sanções impostas pelos EUA.
“Somos solidários, sem qualquer dúvida, com o povo irmão da Venezuela. Defenderemos sempre e de maneira inequívoca o que defende e apoia com a sua vontade o pacífico, honrado e querido povo da Venezuela, que, punido por injustas medidas coercitivas unilaterais e no meio de circunstâncias muito adversas, conseguiu com muito trabalho e determinação o sucesso econômico e renascimento social da nação”, afirmou.
Além de Cuba e Venezuela, participaram também o presidentes da Bolívia, Luis Arce e da Nicarágua, Daniel Ortega. Outros representantes foram: o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves; de Granada, Dickon Mitchell; de Dominica, Roosevelt Skerrit; de São Cristovão e Névis; Denzil Llewellyn Douglas; e de Santa Lúcia, Philip J. Pierre.
Maduro foi responsável pelo discurso de abertura e voltou a repetir um lema que foi constante durante a campanha presidencial: com ou sem sanções, a Venezuela continuará crescendo e será responsável pelo seu destino. “Não nos importamos com as ameaças, não nos importamos que nos tornem invisíveis, o que importa é que o povo venezuelano existe, está em combate e está na vitória”, disse.
Nicarágua e Brasil
Já o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, fez críticas à postura dos governos do Brasil e da Colômbia em relação à Venezuela. Os dois países vem tentando mediar a crise venezuela e pediram a publicação dos resultados desagregados das eleições, chegando a sugerir a realização de novas eleições.
“Se você quer que eu te respeite, me respeite, Lula. Se você quer que o povo bolivariano o respeite, respeite a vitória do presidente Nicolás Maduro e não se deixe arrastar até lá”, afirmou Ortega.
O presidente disse ainda que o Brasil e a Colômbia estão disputando pra ver quem é o representante dos interesses dos EUA na América Latina.
O governo brasileiro anunciou no início de agosto a expulsão da embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Patricia Castro, em resposta à decisão do governo de Daniel Ortega de expulsar o representante brasileiro em Manágua.
Maduro anuncia "megaeleições" para 2025
Na segunda (26), Maduro anunciou uma megaeleição para 2025 que elegerá governadores, prefeitos, conselheiros e deputados regionais da qual, segundo o presidente, "aqueles que não cumpriram com a lei não poderão participar".
“As megaeleições de 23 governadores por estado, 335 prefeituras, 23 Conselhos Legislativos e 335 Conselhos Municipais estão chegando, em 12 meses estaremos em eleições novamente”, disse Maduro.
Edição: Leandro Melito