Na próxima segunda-feira (2), o Ministério da Justiça e Segurança Pública deve entregar um novo decreto sobre posse e porte de armas, que deve ser menos restritivo do que o de agora. A medida foi anunciada após um impasse entre governo e Senado. Isso porque o governo Lula publicou um decreto restritivo em relação às armas de fogo, e o Senado decidiu votar um projeto de lei para derrubar esse decreto.
Para analisar o assunto, o Central do Brasil desta sexta-feira (30) entrevistou Felippe Angeli, coordenador de advocacy da Plataforma Justa.
“O Brasil foi basicamente sequestrado pelas armas de fogo. Por mais que tenha tido algumas reduções mais recentes nos índices de homicídios, a gente continua sendo campeão mundial em números absolutos. Aqui no Brasil, 70% das mortes são causadas por armas de fogo”, afirma.
Segundo Angeli, o debate atual sobre armas no Congresso atende aos interesses de uma minoria em detrimento de toda a população brasileira:
“O Congresso Nacional não para de discutir esse tema que no fim é do interesse de 200 mil pessoas que são esses CACs, num universo de 210 milhões de pessoas. Bolsonaro utilizou os CACS como um subterfúgio à legislação para, por meio de decreto, aumentar o acesso à armas de fogo. Essas armas geram violência na vida das pessoas, principalmente dos jovens negros pobres e periféricos que morrem todos os dias a partir desse instrumento que a gente sabe que é desviado para o mercado ilegal”, explica.
Angeli ainda defende que o governo assuma o compromisso em recuperar essas armas de fogo que hoje circulam no país:
“Se a legislação permitia que o cidadão tivesse acesso a armas, o estado deve considerar que esse cidadão agiu de boa-fé. O governo deveria instalar um programa de recompra ambicioso que pudesse criar um interesse econômico dessas armas serem devolvidas ao estado, mediante indenização”, finaliza.
A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, pode ser acessada na íntegra pelo canal do YouTube do Brasil de Fato.
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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, às 13h10 durante o horário eleitoral, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.
Edição: Nicolau Soares - Brasil de Fato