Durante o ciclo de debates Diálogos Capitais, realizado pelo editorial Carta Capital em comemoração aos seus 30 anos de existência, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a realização de cinco rotas de integração na América do Sul deve consolidar as relações econômicas da região com a China, a partir do pacífico e promover o crescimento econômico da região.
“Tudo começou em maio do ano passado, quando o presidente Lula, assim que assumiu o poder, se reuniu com todos os chefes de Estado da América do Sul e dali saiu o chamado ‘Consenso de Brasília’, em que concordaram que somente através da integração regional construiremos um mundo pacífico, do fortalecimento da democracia, da promoção do desenvolvimento econômico e social”, lembrou Tebet.
A ministra informou que foi formada uma carteira de crédito de US$ 10 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) para dar seguimento às obras de cinco rotas que cortarão a América do Sul ligando os países da região aos principais portos do pacífico.
“Não estamos falando de aumentar investimentos além do que já estava previsto, mas os países mais pobres da América do Sul precisavam e precisam de recursos”, esclareceu a ministra, que reafirmou ainda o compromisso do governo federal com a regra fiscal.
Tebet disse que se reuniu com todos os ministros da Fazenda da região, “da Argentina à Venezuela”, e que a previsão é de que as novas rotas possibilitem, sozinhas, um crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“As rotas de integração regional, a partir de 2026, poderão representar para o Brasil o que a reforma tributária está representando hoje: um nível de crescimento em torno de 1% do PIB, sozinha, ao ano. O que significa a redução das desigualdades, da miséria, da pobreza”, afirmou.
A ministra detalhou as quatro rotas de integração, sendo a Rota 1, localizada na região Norte brasileira, passando por Venezuela, Guiana e Suriname; a Rota 2, que também liga o norte do Brasil à Colômbia, Equador e Peru; a Rota 3, que une o centro-oeste brasileiro ao Peru, Bolívia e Chile; a Rota 4, no sul do Brasil, passando por Paraguai, Argentina e Chile; e finalmente, a Rota 5, que liga a região Sul brasileira ao Uruguai, Argentina e Chile. Segundo Tebet, as novas rotas diminuirão em torno de 10 mil km a distância entre os produtos sul-americanos e o mercado chinês.
“Temos um presidente que é obsedado com rotas de integração regional”, disse a ministra, que lidera um dos 12 ministérios que estão envolvidos no projeto. “Nós sabemos que o futuro do Brasil está na integração da América Latina, declarou.
Edição: Nathallia Fonseca