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Importância da Abin se mantém apesar dos crimes cometidos, afirma pesquisadora

Central do Brasil desta sexta (12) trouxe uma análise sobre revelações da 'Abin paralela' que atuou no governo Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Detalhes sobre o funcionamento da 'Abin paralela' vieram à tona na operação Última Milha, da PF - Antonio Cruz/Agência Brasil

Detalhes sobre o funcionamento da "Abin paralela" vieram à tona na operação Última Milha, que teve quebra de sigilo autorizada nesta quinta-feira (11) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Além de espionar desafetos e ex-aliados políticos do então presidente Jair Bolsonaro, servidores que trabalhavam na agência de inteligência chegaram a criar um dossiê falso contra o ministro. 

A PF também encontrou um áudio em que o general Heleno, Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem, que comandava a Abin na época, discutem um plano para anular o inquérito das rachadinhas, que tinha Flávio Bolsonaro como alvo.

Além disso, a PF também vê indícios de que integrantes da 'Abin paralela' tinham conhecimento da minuta do golpe

Em entrevista ao programa Central do Brasil desta sexta-feira (12), Daniela Costanzo, pesquisadora plena do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), afirma que as revelações mostram a relação da Abin com as ameaças à democracia que se concretizaram nos últimos anos.

"É a abertura de algo essencial para a gente entender como estava funcionando o golpe, e como funciona o bolsonarismo em geral. Agora a gente tem uma noção de como foi esse aparelhamento”. 

No entanto, Costanzo chama a atenção para a importância da Abin, que se mantém apesar dos crimes cometidos.

"Foi uma agência criada durante a democracia, pelo [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso, e não tinha como foco esse uso pessoal para fins anti-democráticos. Pelo contrário, ela é uma agência importante ligada à Presidência da República, que tem concursos públicos regulares. Bolsonaro aparelhou [a Abin] a partir da indicação de diversos nomes, criando essa 'Abin paralela', justamente porque não é esse o uso da Abin", explica. 

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta sexta-feira (12) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Edição: Martina Medina