Com a presença de esportistas olímpicos e paralímpicos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na manhã desta quinta-feira (11), o decreto que institui o aumento de 10,86% no valor do Programa Bolsa Atleta. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
O programa foi criado em 2004, no primeiro governo do presidente Lula, e estava há 14 anos sem reajuste algum, segundo o ministério do Esporte. Atualmente, mais de 9 mil esportistas recebem o auxílio.
“Sinceramente, quando o Fufuca [André Fufuca, ministro do Esporte] me comunicou que ficou 14 anos sem reajuste, é impensável, ou seja, como é que alguém pode imaginar. Ou seja, porque ficou invisível o Bolsa Atleta para as pessoas que governaram esse país nos últimos anos, ficou invisível”, criticou o presidente.
Lula destacou que, após 17 meses de governo, o Brasil pode se considerar "reconstruído". "O Brasil está preparado para respeitar o nosso atleta, preparado para reajustar o Bolsa Atleta, e preparado para contribuir para que o Brasil seja um país que tem em disputa a maior quantidade de medalha que for possível ganhar'”, afirmou.
O presidente desejou sorte aos atletas que viajarão a Paris. “Vocês podem ter certeza, viagem com a cabeça tranquila, que aqui no Brasil nós estaremos rezando por vocês, torcendo para vocês”, finalizou.
Sonho olímpico
A judoca medalhista olímpica Rafaela Silva destacou a importância do programa para seu desenvolvimento e desempenho no judô.
“Eu viajo semana que vem para o meu terceiro Jogos Olímpicos. Mas eu sei da importância de estar aqui neste evento, porque eu sou beneficiada pelo Programa Bolsa Atleta há pelo menos uns 15 anos. É muito importante para um atleta de alto rendimento ter uma segurança, uma tranquilidade de poder se preparar, de se dedicar só aos seus sonhos, que no meu caso é treinar judô”, disse a atleta.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, entregou os uniformes oficiais da delegação ao presidente Lula e à primeira-dama Janja Silva. O bicampeão mundial de futebol paralímpico lembrou que sua primeira paralímpiada foi em Atenas, em 2004, ano de criação do Bolsa Atleta. Para ele, o auxílio foi responsável por uma transformação no esporte brasileiro.
“E, presidente, 20 anos depois, quero dizer que o senhor teve um papel fundamental no desenvolvimento do esporte paralímpico. Naquela ocasião, o Brasil havia ficado em 24º lugar nos Jogos de Sidney, em 2000; e a partir de Atenas foi para 14º, em 2008; e, em Pequim, o Brasil já passou a ocupar a 9ª posição; e, desde então, sempre figura entre as dez principais potências das Paralimpíadas”, destacou Mizael.
Retomada
Já o ministro do Esporte, André Fufuca (Progressistas), que conduziu a cerimônia no Planalto, destacou o alto rendimento dos atletas que recebem o benefício do governo e fez críticas à gestão anterior em relação ao esporte.
“O Ministério do Esporte foi abolido por quatro anos no Brasil. Não se considerava o esporte como uma pasta que fosse digna de receber um ministério. Vossa Excelência captou, trouxe de volta, e a primeira coisa que você me pediu: 'Nós precisamos reajustar o Bolsa Atleta para os atletas brasileiros'”, disse o ministro.
A primeira-dama Janja Silva revelou que os uniformes oficiais foram bordados pelas mesmas bordadeiras que fizeram seu vestido de casamento. Ela anunciou que representará o presidente Lula na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos na França.
“Talvez o esporte seja uma importante ferramenta de combate à desigualdade, para você alcançar mais dignidade, uma vida mais digna, mais justa, mais solidária. Então, gente, boa sorte. Vocês vão com tudo, vão representar o Brasil e vão dar muito orgulho para a gente. A gente vai estar lá juntos”, disse Janja.
Os atletas brasileiros embarcam em breve para disputar as Olimpíadas de Paris, que ocorrem de 26 de julho a 11 de agosto e as Paralimpíadas, de 28 de agosto a 8 de setembro. O Brasil já tem 277 atletas confirmados, dos quais 153 mulheres e 124 homens de diversas categorias.
Edição: Rodrigo Chagas