Na avaliação da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não cometeu o crime de racismo ao chamar a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) de “Chica da Silva”. A informação foi divulgada pela jornalista Malu Gaspar, em sua coluna no O Globo.
Segundo a colunista, para a PGR, que ainda não analisou o caso, Zambelli (PL-SP) foi apenas “infeliz” na colocação usada para se referir à coordenadora da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados.
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Na última semana, Zambelli chamou Benedita de “Chica da Silva”, reconhecida negra escravizada, na reunião Mulheres Parlamentares do P20, que reuniu políticas de países-membros do G20 para discutir os direitos das mulheres, em Maceió (AL).
“Eu não vou ter poder de fala, né? Eu não vou falar porque provavelmente… não sei por que que não vou falar. Parece que já foi montada pela Secretaria da Mulher, que é a Chica da Silva”, disse Zambelli. Como se não bastasse, a parlamentar voltou a chamar Benedita de “Chica” em entrevista à TV Câmara.
Após isso, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), apresentou ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, uma representação pedindo que a bolsonarista responda pelo crime penal de racismo, com penas de prisão e perda de mandato.
Na última semana, o Brasil de Fato tentou ouvir diretamente Benedita da Silva, mas sem sucesso. A deputada disse que seria representada formalmente pelo líder do PT nas manifestações junto à PGR e à corregedoria da Câmara e se pronunciou pelas redes sociais.
“Me dói ter que responder aos ataques de uma mulher. As medidas necessárias já estão sendo tomadas. Obrigada a todo mundo que prestou solidariedade e mandou lindas mensagens. Estou nesta vida política há mais tempo do que essa deputada tem de vida. E cheguei até aqui com respeito, trabalho e muita luta. Não irei me calar. Nem me intimidar”, disse, via Instagram.
Edição: Mariana Pitasse