Motivados pela cena Hip Hop de outras regiões do Rio de Janeiro, como São Gonçalo e Niterói, a juventude periférica do leste fluminense fundou a Roda Cultural de Itaboraí em 2013, conhecida como Batalha da Foice. O programa Papo na Laje desta quinta-feira (4) conversa sobre o movimento com o MC e assistente social, d.E vulgo Dia, e a designer de moda Lívia Honório.
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No episódio, o cofundador da Batalha da Foice apresentou alguns fundamentos da Roda: o MC, que faz o rap; o breakdance, representado por dançarino ou dançarina do estilo breaking; o graffiti, desenho com spray na parede, e o DJ. Lívia ainda acrescentou a moda como um dos elementos de expressão da cultura Hip Hop.
"A forma da gente se expressar com a forma que a gente se veste é muito forte dentro do Hip Hop. Queremos ser identificados como parte da cultura, nos sentirmos confortáveis e a gente quis trazer isso para a Roda com a batalha de outfit, que dá premiações para os melhores looks dentro do tema que a gente determina", explica a designer de moda.
Lívia começou como frequentadora da Roda, passou a se envolver em mais atividades e, recentemente, também assumiu a posição de organizadora. Eles contaram como a presença de mulheres nos bastidores incentiva esse público a estar mais à vontade para se apropriar do espaço da Roda.
"Ter mulheres organizando a Roda Cultura politiza nosso movimento, de acordo com a cultura Hip Hop e suas diretrizes. A Roda está no imaginário popular, pelo menos de boa parte da juventude periférica de Itaboraí, mas a gente precisava torná-la mais ativa socialmente e politicamente também", afirmou d.E vulgo Dia.
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"Queria levar para um MC como o Don L, que é muito politizado, o que estamos fazendo aqui. Nosso trabalho, de certa forma, é um trabalho de base. E a gente só não consegue fazer com mais afinco porque não tem recurso. Se não tem visibilidade, não chega nas pessoas. Essa é uma das maiores dificuldades aqui", completou o MC.
Assista
Papo na Laje
O Papo na Laje é um programa de TV que valoriza o protagonismo da juventude nas favelas e periferias do Rio de Janeiro. A cada novo episódio a apresentadora Dani Câmara recebe dois convidados que compartilham experiências sobre temas de interesse da juventude.
A terceira temporada do programa conta com a parceria da Incubadora de Inovação Social em Cultura de Maricá, um projeto desenvolvido pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM), junto à Secretaria Municipal de Cultura e ao Instituto Brasil Social (IBS).
Nas primeiras gravações, jovens e representantes dos seus bairros falaram sobre diferentes projetos locais, como o Horta Agroecológica, Moeda Social, Políticas Públicas de Audiovisual para a Juventude e Ciência, Tecnologia e Inovação em Maricá.
Edição: Clívia Mesquita