Em Canoas

Governo do RS inaugura primeira 'cidade provisória' para desabrigados pelas enchentes

Centro humanitário tem 30 mil metros quadrados, com 126 unidades habitacionais de 17 metros quadrados cada

Brasil de Fato | Canoas (RS) |
Espaço conta com 126 casas modulares para acolher mais de 600 pessoas - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Na manhã desta quinta-feira (4), o governo do Rio Grande do Sul inaugurou em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), batizado de “Recomeço”. O centro foi criado para fornecer atendimento humanizado a famílias que perderam as casas nas enchentes.

O CHA, localizado na Avenida Guilherme Schell, número 10.470, próximo à passarela da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), abrigará cerca de 630 pessoas. Ele é composto por 126 casas modulares, banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, posto médico, policiamento 24h, espaços multiuso e áreas para crianças e animais de estimação.

Além disso, oferece serviços de água, saneamento, energia elétrica e wi-fi gratuito. Os residentes terão assistência médica e social; atividades de integração; apoio psicológico; e acompanhamento psicopedagógico e pediátrico para as crianças.


Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), batizado de Recomeço, poderá abrigar mais de 600 pessoas / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG


O refeitório, com capacidade para 450 pessoas, oferecerá três refeições diárias / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG


A sala de lactário/fraldário está equipada com berços, cadeiras de amamentação, geladeiras, bebedouros e micro-ondas / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG


Espaço kids oferece brinquedos e serviços para crianças / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

As primeiras casas começaram a ser instaladas em 17 de junho, com planejamento e coordenação do Gabinete do Vice-Governador (GVG). A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que busca enfrentar os efeitos das enchentes por meio de ações emergenciais, de reconstrução e de planejamento para o futuro.

Reportagem do Brasil de Fato, publicada em maio, mostrou os questionamentos de urbanistas sobre a viabilidade da construção de cidades temporárias para abrigar atingidos pelas enchentes. 

Estrutura

O centro ocupa uma área de 30 mil metros quadrados, com 126 unidades habitacionais de 17 metros quadrados cada, acomodando até cinco pessoas por unidade. Conta com 28 contêineres de banheiros, 76 sanitários comuns, 15 sanitários para pessoas com deficiência (PcD), 48 chuveiros comuns e seis para PcD.


Espaço possui seis chuveiros para PcD e 48 comuns / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG


Oito máquinas de lavar e oito máquinas de secar estão disponíveis na lavanderia coletiva / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

O centro inclui também dois consultórios médicos, uma sala de atendimento e uma sala de recuperação, além de um espaço dedicado às crianças com brinquedos e apoio psicopedagógico. Há ainda um espaço multiuso com TV e cadeiras para atividades de entretenimento e informativas e um espaço para animais de estimação com divisórias e área ao ar livre.

Montagem das unidades 

De acordo com o governo, a criação do CHA foi realizada de forma conjunta. O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac financiou estruturas provisórias e a gestão do centro será realizada pela Agência da ONU para as Migrações (OIM). A ONU para Refugiados (Acnur) doou as casas modulares e o Exército Brasileiro auxiliou na montagem. A Prefeitura de Canoas providenciou instalações hidrossanitárias e distribuição de pontos de luz externos. Empresas como a Oi S.A., a Whirlpool Corporation, a Cordeiro Kids e o Movimento União BR também contribuíram com doações.

A montagem das unidades habitacionais foi realizada pela 5ª Brigada de Cavalaria Blindada do Exército Brasileiro. A lavanderia coletiva conta com oito máquinas de lavar e oito de secar, doadas pela Whirlpool Corporation. O refeitório, com capacidade para 450 pessoas, oferecerá três refeições diárias. Há ainda um lactário e um fraldário com berços, cadeiras de amamentação e equipamentos para cuidados com bebês.

A segurança será garantida por um posto da Brigada Militar operando 24h por dia, além de monitoramento por câmeras e vigilância privada. O transporte será atendido pela linha de ônibus Morart, e o passe livre nas linhas municipais permanece em vigor.


A Organização Internacional para as Migrações (OIM) foi contratada para ser gestora do espaço / Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

A gestão do CHA será realizada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), com uma equipe de cerca de 250 profissionais. As famílias serão admitidas gradualmente, com os primeiros 500 acolhidos chegando até 10 de julho e a capacidade total de 630 pessoas sendo atingida até 15 de julho. A seleção das famílias considera critérios como presença de idosos, pessoas com deficiência, gestantes, pessoas com transtorno do espectro autista e o número de membros da família, priorizando as mais vulneráveis. As famílias vêm de abrigos na Universidade Ulbra, Clube Fênix e Sesi Cachoeirinha.

Além de Canoas, as cidades de Porto Alegre, Guaíba e São Leopoldo também receberão cidades provisórias para abrigar mais de 76,5 mil pessoas que perderam suas casas nas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko