Rio de Janeiro

RECONHECIMENTO

Ato em defesa da memória de João Cândido ocorre nesta sexta-feira (28) no centro do Rio

Protesto acontece em repúdio à resposta da Marinha contra a inclusão do líder no “Livro de Heróis e Heroínas da Pátria”

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
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Após liderar revolta no Rio, João Cândido foi expulso da Marinha e preso por dois anos na Ilha das Cobras - Reprodução

Um ato organizado pelo Movimento Negro Unificado do Rio de Janeiro (MNU) e coletivos que defendem a reparação histórica de João Cândido ocorre nesta sexta-feira (28), às 18h, na Praça XV, no centro da capital fluminense.

A manifestação acontece em repúdio à resposta contrária da Marinha do Brasil à inclusão do "almirante negro" no “Livro de Heróis e Heroínas da Pátria”. Em abril, o almirante Marcos Sampaio Olsen ratificou a posição da Armada de que a Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, foi uma infâmia, um “fato opróbio”.

O pedido pelo reconhecimento partiu do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro. No parecer, o órgão afirma que Cândido é alvo de uma "perseguição sem fim". O documento faz parte de um inquérito civil aberto pelo órgão com o objetivo de estabelecer medidas de reparação e revalorização da memória do militar, morto em 1969.

“Não temos dúvidas que essa resposta é fruto da herança colonial escravista, que invisibiliza toda a luta do povo negro”, destaca trecho do manifesto para o ato.

Revolta da Chibata

Reconhecido como o "almirante negro", João Cândido tornou-se um ícone na luta contra o racismo. Como militar negro, ele rebelou-se contra os abusos na Marinha e liderou a Revolta da Chibata, em novembro de 1910, no Rio de Janeiro, em uma tentativa de pôr fim às práticas violentas da Marinha, como as chibatadas aplicadas contra os marinheiros negros.

Serviço:

Ato pela memória de João Cândido

Data: 28 de junho 

Horário: 18h 

Local: Praça XV – centro do Rio de Janeiro
 

*Com informações do MPF-RJ

Edição: Jaqueline Deister