*matéria atualizada às 21h49
O jornalista australiano Julian Assange declarou-se culpado da acusação de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional dos EUA nesta terça-feira (25). A declaração, realizada em um tribunal estadunidense nas Ilhas Marianas do Norte, fazia parte de um acordo para a soltura do fundador do WikiLeaks, que estava preso no Reino Unido desde 2019.
"Sou culpado da informação", disse Assange no tribunal. Em seguida, ele brincou com o juiz dizendo que sua satisfação com o acordo "depende do resultado da audiência".
O WikiLeaks informou por meio de suas redes sociais que Assange viajará nas próximas horas para Canberra, na Austrália.
Expected to depart in 2 hours, 58 minutes. To Canberra, Australia.
— WikiLeaks (@wikileaks) June 25, 2024
Flight VJT199 #AssangeJet: https://t.co/gxcbvNyvnj pic.twitter.com/t239sHob7Q
Assange pode ser condenado a 62 meses de prisão. Por já ter cumprido esse período de prisão preventiva em Londres, a expectativa é que ele possa seguir em liberdade para a Austrália.
O jornalista ficou preso por cinco anos na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres. Antes, havia passado sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas.
Assange virou alvo dos EUA por divulgar documentos que provavam crimes cometidos por militares do país em suas campanhas no Iraque e no Afeganistão, na chamada "guerra contra o terror".
O WikiLeaks também publicou, em 2015, a informação de que a então presidenta Dilma Rousseff era espionada rotineiramente pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) desde 2011, juntamente com outras 28 autoridades.
A NSA monitorou dez telefones diretamente ligados a Dilma, entre telefones fixos de escritórios e celulares como o de seu assistente pessoal, Anderson Dornelles, além de ministros como Antonio Palocci.
* com AFP
Edição: Thalita Pires