O prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), virou alvo de um inquérito civil que irá investigar o suposto superfaturamento na compra de garrafas d’água para o carnaval do município deste ano.
A Prefeitura teria comprado por R$ 5,52 cada garrafa pet de 500ml de água, em um contrato de 252 mil unidades, para atender aos funcionários do município que trabalharam durante o Carnaval de Rua 2024. O valor de mercado gira em torno de R$ 1,95 por unidade.
A representação contra Nunes foi apresentada pelo mandato coletivo Bancada Feminista do PSOL na Câmara dos Vereadores e acolhida pelo Ministério Público no dia 7 de junho.
"Em muitos lugares que nós mesmas pesquisamos, encontramos promoções de até 75 centavos por cada garrafinha, ou seja, mesmo incluindo logística e refrigeração dessa água, o sobrepreço é evidente", afirmou Silvia Ferraro, covereadora do mandato coletivo, ao Brasil de Fato.
"É uma medida importante do Ministério Público. Eles estão investigando a empresa e Secretaria Municipal de Subprefeituras, que foi o órgão público da Prefeitura que fez a compra dessas garrafas de água. Se isso for verificado, é uma questão de má utilização do dinheiro público", reforça.
No total, a gestão pagou R$ 1.391.040,00 à empresa AMBP Promoções e Eventos Empresariais LTDA pelo carregamento. O contrato firmado com a empresa também previu o fornecimento de dois kits de lanches: 33.103 unidades do kit A no valor unitário de R$ 20,92 e mais 33.103 unidades do kit B no valor unitário de R$ 23,01. O valor final do contrato foi de R$ 2.845.254,57.
Em nota enviada ao Brasil de Fato, a Prefeitura de São Paulo informou que recebeu, nesta quarta-feira (12), o ofício encaminhado pelo Ministério Público e "vai prestar os esclarecimentos necessários no tempo devido". A nota também afirma que é "importante reforçar que a licitação atendeu a todos os requisitos da lei".
Edição: Nathallia Fonseca