“SOS Moradia, dignidade para as famílias desabrigadas já”. Com essa faixa na janela, o antigo prédio do INSS no centro de Porto Alegre (RS) está ocupado, desde sábado (8), pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A maior tragédia climática da história do estado gaúcho afetou 2,4 milhões de pessoas e, segundo boletim da Defesa Civil desta segunda-feira (10), deixa até o momento 18.854 vivendo em abrigos.
A situação ganha novos contornos por conta da volta às aulas, que implica no despejo das pessoas vivendo em alojamentos montados nas escolas. Outras 423.486 pessoas estão desalojadas, ou seja, conseguiram encontrar um lugar provisório para ficar, mas seguem fora de suas casas.
Com a localização de mais uma vítima fatal das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde 27 de abril, o número de mortos chega 173. A pessoa, ainda não identificada, foi encontrada no município de Roca Sales.
Antes disso, a quantidade de óbitos pelas chuvas estava estagnada desde o último 2 de junho. Ainda segundo a Defesa Civil, o número de desaparecidos baixou para 38.
Chuvas voltam ao RS nas próximas semanas
Ainda que em volume menor do que no mês de maio, chuvas devem voltar de forma generalizada no Rio Grande do Sul nas duas últimas semanas de junho.
A previsão é que as chuvas retornem entre sexta-feira (14) e segunda (17). Em comunicado, a Defesa Civil e a Sala de situação do Estado informaram estar monitorando a chegada de mais uma frente fria.
Nas regiões das Missões, centro e noroeste do Rio Grande do Sul, são esperados volumes de 50 a 120 milímetros. Em Porto Alegre e na região metropolitana, nos Vales e na Serra, a chuva deve ser um pouco menos carregada, entre 45 e 75 mm.
De acordo com alerta da MetSul Meteorologia, o estado gaúcho deve enfrentar instabilidade e chuvas até o fim de julho. “O cenário de precipitação que se esboça pelos dados de hoje é diferente daquele que se viu no fim de abril e no começo de maio, quando volumes absurdamente altos levaram a enchentes com gravidade jamais vista”, pondera o comunicado.
A volta das chuvas acontece após a primeira quinzena de junho com o tempo firme em boa parte do estado, o que permitiu a secagem do solo em algumas regiões e o recuo dos níveis dos rios.
Edição: Rodrigo Chagas