O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que os atingidos pelas inundações no Rio Grande do Sul sejam protagonistas no processo de reconstrução do estado.
A carta com o pedido foi entregue pessoalmente, nesta quinta-feira (6), no Vale do Taquari, em uma das visitas do presidente a uma das regiões mais atingidas pelas chuvas no último mês.
“Diga a todos que os atingidos do Rio Grande do Sul querem trabalhar junto com o Governo Federal na reconstrução de nossa vida nesta querência amada. Inclusive, de imediato prever a participação popular na distribuição dos recursos que estão sendo destinados pelo Governo Federal, bem como na construção das moradias e toda a infraestrutura necessária”, pediu o MAB.
“Infelizmente, neste dia 6 de junho de 2024, estamos novamente em meio à lama e destruição, com imensa tristeza temos que lhe dizer que nossa situação hoje piorou muito, é ainda mais grave, pois agora é muito mais gente de nosso estado do Rio Grande do Sul que foi atingida pelas enchentes de maio”, também lamentou o movimento.
Alexânia Rossato, da coordenação nacional do MAB, também aproveitou a visita do presidente para cobrá-lo pessoalmente. “Queremos a participação dos atingidos no processo de reconstrução, sermos protagonistas das nossas próprias condições de vida, moradias, e da retomada dos nossos postos de trabalho”, disse.
Na ocasião, Lula afirmou que não há “ninguém no mundo que reclama mais da burocracia” do que ele. “Reclamo em fóruns internacionais, reclamo aqui dentro, porque é tudo muito difícil, muito complicado”. Mas, diante da catástrofe no Rio Grande do Sul, reafirmou que “é preciso dar uma resposta imediata a esse povo que precisa. Nós estamos trabalhando muito e temos que vencer a burocracia”, defendeu.
No total, 476 municípios foram atingidos, segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, às 9h do último dia 4. Até o momento, foram contabilizadas 172 mortes, 42 desaparecidos, 35.103 desabrigadas (quem perdeu a casa e está em um abrigo público) e 575.171 desalojadas (que saiu de casa, mas não necessariamente perdeu, e não está em abrigo público).
Edição: Rodrigo Chagas