Os professores estaduais despertaram na manhã desta terça-feira (4) no acampamento em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no segundo dia de greve da categoria. Os profissionais protestam contra a aprovação em primeiro turno do projeto de lei 342/2004, que prevê a privatização da gestão de 200 escolas públicas no Paraná.
Cerca de 50 manifestantes dormiram no interior da Alep, apesar das críticas à presença da PM no local desde a tarde desta segunda-feira (3). Os ocupantes relatam que o ar-condicionado foi deixado no nível mais gelado como forma de retaliação. "Temos 100% das escolas com adesão, algumas parciais e outras totais, então podemos considerar tranquilamente que a adesão de nossa categoria é de 100%", afirma Walkíria Mazetto, presidente da Sindicato dos(as) Professores(as) e Funcionários(as) de Escola do Paraná (APP Sindicato).
Mesmo com tantas adversidades, o comando de greve decidiu na parte da manhã manter a mobilização, com o objetivo de acompanhar o trâmite do PL nesta terça, quando deve ocorrer a votação do projeto em segundo turno no plenário da Alep. Outra preocupação do movimento grevista é com a professora e o técnico-administrativo da UFPR que passaram a noite em detenção na Cadeia Pública de Curitiba, na Cidade Industrial (CIC).
A votação em primeiro turno do projeto aconteceu de forma online, no fim da tarde desta segunda. A sessão estava marcada para acontecer às 14h30, mas a manifestação de professores e apoiadores motivou o adiamento da votação. De forma remota, o projeto foi aprovado por 39 votos a favor e 13 contrários.
Após receber emendas, o projeto passa hoje pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), às 13h30. Após isso, novamente de forma online, será votado em segundo turno, com grande chance de aprovação.
Ao longo da manhã, foi aumentando a presença de estudantes, professores e apoiadores no Centro Cívico. Em vídeo, Walkíria Mazetto afirmou que ainda há espaço para resistência e para recurso jurídico diante do que considera arbitrariedades na aprovação do projeto. Ela considera também que o debate agora com a comunidade escolar é essencial:
"Nosso diálogo começou com duas frentes, com os trabalhadores, demonstrando os riscos e também para a comunidade escolar. O principal é a restrição ao atendimento, principalmente de quem mais precisa da escola", considera.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Mayala Fernandes