Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) identificou perda de capacidade cognitiva em pacientes que tiveram formas leves da covid-19 mais de 18 meses após a infecção. O estudo amplia as observações sobre a ocorrência de sequelas na saúde neurológica de pessoas que pegaram o coronavírus independentemente do grau de desenvolvimento da doença.
Quadros de perda de memória e dificuldade de raciocínio já vinham sendo relatados entre quem teve a forma grave da doença. O levantamento da USP observou que eles ainda são predominantes, mas não são os únicos.
A análise realizada com mais de 300 pessoas identificou que 11,7% das que tiveram covid leve relataram problemas cognitivos. Para casos moderados o índice foi de 39,2% e para quadros graves 48,9%
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Esses resultados aumentam o conhecimento sobre os impactos das inflamações neurológicas causadas diretamente pela doença. Eles sugerem menos chances de que os sintomas tenham sido causados por procedimentos do tratamento de casos graves, como o uso anestésicos e da própria intubação.
A ciência ainda não sabe se é possível reverter os danos que a covid-19 causa ao sistema nervoso. Grupo de pesquisa em todo o mundo, inclusive no Brasil, estudam maneiras de reverter as sequelas. Na USP, projetos que usam técnicas de neuroestimulação e neurofeedback por eletrodos estão em curso
Edição: Thalita Pires