ENCHENTES NO RS

Ufrgs: aulas seguem suspensas até 15 de junho, e universidade considera reduzir férias

Atividades técnico-administrativas e de suporte acadêmico já serão retomadas; exceto para servidores atingidos

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Para minimizar impactos no calendário acadêmico de 2024, a Ufrgs considera reduzir o período de férias - Foto: Secom Ufrgs

Diante dos  impactos causados pelas enchentes que atingiram Porto Alegre e outros municípios do estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) prorrogou a suspensão das aulas presenciais e não presenciais até 15 de junho. As aulas estão suspensas desde 6 de maio devido às dificuldades causadas pela catástrofe climática.

O reitor Carlos André Bulhões publicou recentemente as portarias 3.342 e 3.343, que regulamentam as novas diretrizes. A Portaria número 3.342 estabelece a retomada das atividades técnico-administrativas e de suporte acadêmico a partir de junho, exceto para os servidores afetados diretamente pelas enchentes, que deverão realizar suas atividades remotamente, quando possível, sob a coordenação das chefias imediatas. 

Já a Portaria número 3.343 estende a suspensão das atividades acadêmicas até 15 de junho, com exceção das práticas de ensino na graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão que envolvam atendimento à demandas da população. Nessas situações, a continuidade das atividades ficará a critério das direções das unidades e órgãos da administração central.

“A situação crítica de mobilidade urbana, a falta de energia e comunicação, e outros reflexos das inundações têm dificultado o funcionamento normal dos órgãos públicos em Porto Alegre e no estado. A calamidade pública foi reconhecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional”, aponta o documento divulgado pela universidade.

Para minimizar os impactos no calendário acadêmico de 2024, a Ufrgs está considerando a redução do período de férias. Com as atividades acadêmicas de 2024 projetadas para se estender até o início de 2025, a administração universitária busca soluções que garantam a continuidade dos estudos e minimizem os prejuízos para alunos e servidores.

De acordo com a reitoria, a universidade continua monitorando a situação e ajustando as estratégias para enfrentar os desafios impostos pelas enchentes, visando assegurar a segurança e a viabilidade operacional da instituição durante este período crítico.

Iniciativas para apoiar atingidos pelas enchentes

Diversas iniciativas estão sendo conduzidas por estudantes e voluntários da universidade para apoiar a comunidade afetada. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufrgs iniciou mutirões de limpeza nas casas de colegas afetados pelas enchentes. Muitos alunos perderam pertences e precisam de apoio para recomeçar. Estudantes que necessitam de ajuda podem preencher um formulário disponibilizado pelo DCE neste link. Voluntários interessados em participar dos mutirões também podem se inscrever por meio do mesmo formulário.

Para seguir com os mutirões, o DCE recebe doações de produtos de limpeza, mangueiras e luvas, que podem ser entregues na Avenida João Pessoa, número 41, ou doações financeiras por meio do Pix: [email protected] (em nome de Amanda).

Voluntários da Faculdade de Arquitetura (FA) da Ufrgs desenvolveram um modelo de fabricação digital de rodos, produzindo 800 unidades até agora, com outras 2 mil planejadas para a próxima semana. Esta iniciativa, coordenada pelo vice-diretor da FA, Everton Amaral, destaca o compromisso da comunidade acadêmica em servir ao público.

Os rodos estão sendo produzidos a partir de doações feitas via Pix para [email protected] (em nome da diretora Eliane Constantinou). A participação voluntária está aberta a todos, incluindo aqueles que não são alunos de Arquitetura. Informações adicionais estão disponíveis no Instagram da FA (@faufrgs) ou pelo e-mail da professora Léia Bruscato ([email protected]).

Comovidos pelas inúmeras perdas causadas pela grande catástrofe climática, professores da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) lançaram uma vaquinha on-line para ajudar a comunidade Fabicana atingida pelas enchentes. A iniciativa, denominada "Ação Fabico – Quando a água baixar", busca arrecadar fundos para apoiar alunos, técnicos, terceirizados e docentes que sofreram perdas significativas devido às enchentes.

A iniciativa surgiu a partir de um levantamento inicial que identificou dezenas de membros da comunidade fabicana necessitando de ajuda urgente. As águas das enchentes invadiram residências, deixando muitos desalojados apenas com as roupas do corpo. As perdas vão além de objetos materiais, representando histórias, memórias e marcas pessoais apagadas pelas águas.

"Ação Fabico – Quando a água baixar" é uma proposta de médio e longo prazo que inclui diferentes projetos para recuperar o bem-estar da comunidade afetada, aliviar dores e traumas, e auxiliar na aquisição de pequenos bens e na recuperação de estruturas danificadas. A iniciativa visa a reconstrução das vidas daqueles que perderam tudo de uma hora para outra, oferecendo um apoio contínuo e sustentável.

A comunidade acadêmica e o público em geral podem contribuir com qualquer quantia. A vaquinha está disponível on-line e pode ser acessada por meio deste link.

Estudantes do Núcleo de Antropologia Visual da Ufrgs, que integra a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), lançaram um projeto para salvar as fotos danificadas pela água. Por meio de instrumentos audiovisuais e técnicas especializadas, eles estão ajudando as vítimas a preservarem suas memórias.

 

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko