ALAGOAS

Com apoio do MST, pastor Wellington do Pinheiro lança pré-candidatura em Maceió

Líder religioso é uma voz ativa na defesa dos atingidos pelo crime da Braskem na capital alagoana

Brasil de Fato | Maceió (Alagoas) |
O pastor Wellington tem sido voz ativa na defesa das pessoas atingidas pelo crime da Braskem - Pedro Stropasolas

 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST) vai apoiar o Pastor Wellington do Pinheiro na disputa por uma vaga na Câmara dos Vereadores de Maceió. Ele lançou a pré-candidatura a vereador, neste sábado(01), em uma casa de eventos, no bairro do Pinheiro, um dos atingidos pelo crime da Braskem e onde funcionava a Igreja Batista do Pinheiro, do qual o pastor faz parte desde os anos 1990.

O ato contou com a presença do pré-candidato a prefeito pelo PT, Ricardo Barbosa; pelos deputados Ronaldo Medeiros e Paulão; além de lideranças dos movimentos populares e do Pastor Henrique Vieira, deputado federal pelo PSOL, do Rio de Janeiro.

O pastor vai concorrer pelo Partido dos Trabalhadores. Nascido em Sergipe, em 1970, Wellington dos Santos tem formação Católica. Foi ordenado pastor na Igreja Batista de Timbaúba, em Pernambuco, nos anos 1990. Nesta época, articulou diversas lutas com a cultura popular do estado.

Historicamente, é aliado das lutas do campo e cidade, militando pela reforma agrária, direitos humanos e pela tolerância religiosa.

Desde 2018, tem sido uma voz ativa na defesa das pessoas atingidas pelo crime da Braskem, em que cinco bairros foram afundados por causa da exploração de sal-gema. Mais de 60 mil pessoas foram removidas de suas casas por causa de crime. Wellington tem travado uma luta pelos direitos dos atingidos.

"Isto é um crime também imobiliário. Isso aqui não vai virar mata. Isto aqui será entregue às elites novamente", denuncia pastor, falando das áreas evacuadas que passaram a pertencer à Braskem.  


Wellington é esperança do campo progressista para vencer a disputa em Maceió / Pedro Stropasolas

Além disso, ele pretende pautar nestas eleições a defesa das hortas comunitárias nos bairros, a ampliação das cozinhas solidárias e atualização do plano diretor da cidade que, segundo ele, está defasado há dez anos.

"Essa não é uma candidatura do pastor Wellington, não é a fé do pastor Wellington. Essa é uma candidatura comunitária", resumiu ele, tentando traduzir o espírito da pré-campanha.

Durante o ato, tanto o pastor Wellington como o pastor Henrique Vieira citaram o desafio de enfrentar a extrema direita também nas eleições municipais.

"Em tempos de reprodução do ódio e do conservadorismo de extrema direita, sonhamos apresentar uma candidatura comprometida radicalmente com a democracia", resumiu.

O campo da esquerda tem enfrentado dificuldades para vencer eleições nas últimas disputas em Maceió. Atualmente, o município é governo por JHC, que venceu a eleição filiado ao PSB, mas mudou para o PL de Jair Bolsonaro ao longo do mandato e hoje é uma voz da direita na cidade. 

"[A eleição do Pastor Wellington] não é só uma vitória só de Maceió, o que seria muito. Estamos vivendo uma conjuntura grave no mundo, é um momento de avanço da extrema direita no mundo e no Brasil. Que pega a nossa frágil democracia e a coloca sob ataque", apontou o Pastor Henrique, descrevendo que o país vive o retorno de lideranças "deliberadamente autoritárias, misóginas e racistas, que transforam estas violências em projeto de poder."

Edição: Rodrigo Durão Coelho