Editorial BdF

A crise, além de climática, é política e econômica

Longe de serem uma exclusividade brasileira, extremos climáticos são uma realidade pelo mundo e exigem medidas urgentes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Vista aérea mostra área alagada do bairro Medianeira, na cidade de Eldorado do Sul (RS), em 20 de maio de 2024 - Anselmo Cunha / AFP

Mais uma semana de sofrimento dos gaúchos que continuam sob os impactos extremos das mudanças do clima. Entre dezenas de mortos e milhares de desabrigados, fazemos o exercício de olhar para outros países, entendendo que os fenômenos climáticos não são uma exclusividade brasileira.

"Queremos ajudar as pessoas a reconstruírem suas vidas", disse Dilma. Outros atos e palavras de apoio vieram de mais partes do mundo.

Os países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), entre eles Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua, se mostraram solidários às vítimas e ofereceram apoio ao Brasil. Colômbia, Chile, Portugal, Uruguai, Emirados Árabes Unidos e até a Argentina, do direitista Javier Milei, enviaram ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul.

Em meio a tantos, um exemplo de solidariedade em particular me chamou a atenção: a comunidade palestina da cidade gaúcha de Santana do Livramento (RS) se mobilizou para enviar mantimentos, roupas, mantas e itens de higiene pessoal às regiões atingidas pelas enchentes no estado.

São palestinos e gaúchos ligados pelo luto: "Nós sabemos da dor e ela é forte", disse ao Brasil de Fato Kais Hussein, jornalista e jovem palestino da cidade.

"Em Gaza, na Cisjordânia, em todo o território palestino ocupado, nós sentimos essa dor há 75 anos e agora, nesse exato momento, mais sete meses de genocídio”, afirmou Hussein, ao mesmo tempo em que o número de mortos em Gaza superou os 35 mil.

Enquanto escrevia, me lembrei de Zelão, protagonista da fantástica canção homônima de Sérgio Ricardo que descreve com maestria o flagelo de um vitimado por uma enchente: "Que um pobre ajuda outro pobre até melhorar".

Que as vítimas se unam e se ajudem cada vez mais até pararem de sê-las. E você pode colaborar doando para as organizações que fizerem sentido para você. Aqui estão nossas sugestões

Edição: Rafaella Coury