Foi feita em Curitiba a apresentação do Programa Nacional dos Agentes Territoriais de Cultura, do Ministério da Cultura do governo federal, em parceria com os Institutos Federais. O lançamento e introdução ao programa foi organizado na tarde do dia 22 (quarta), na reitoria do IFPR, no bairro Cajuru, para um público de fazedores de cultura, movimento negro, musicistas, artistas, pesquisadores da cultura popular, empreendedoras culturais, entre outros.
A ideia inicial é que o programa fortaleça iniciativas culturais nos diferentes territórios, propondo, mas sobretudo trabalhando a partir da educação popular, de Paulo Freire, e das propostas culturais dos territórios. Desiree Tozi, da diretoria de Articulação e Governança do Ministério da Cultura, afirma que o princípio atual destoa de experiências anteriores, mais verticalizadas:
“Um programa que não chega no território de cima para baixo (…) O agente sabe a importância da cultura na comunidade”, explica, ressaltando o caráter do programa que passa pela formação, comunicação e mobilização social, garantindo um ano de bolsa para os agentes desenvolverem esse trabalho.
O governo explica que “A estrutura que os Institutos Federais dispõem em centenas de campi em todo o território nacional permite que a instituição seja responsável pelo suporte na formação e acompanhamento destes agentes”.
Os números, porém, de início ainda são bastante tímidos. No Paraná serão selecionados 34 agentes que atuarão em 29 territórios (regiões imediatas). Na região Sul serão selecionados 104 agentes e 601 em todo o Brasil.
Número de horas oferecidas à sociedade e ao bem comum
Representante da União Paranaense dos Estudantes (UPE), João Escandolara, presente ao lado da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), comemorou o que seria o retorno de uma política pública de cultura, abandonada e até combatida no governo Bolsonaro. "O Minc voltou", foi uma das palavras de ordem do encontro.
O organizador cultural João Paulo Mehl foi enfático ao ressaltar o caráter extensionista do projeto, coordenado com a universidade pública, o que mostra o papel desse espaço, sempre útil à sociedade.
“Estou vendo aqui a possibilidade de cada movimento – de juventude, hip hop, terreiros, moradia – se ver representado neste projeto que tem que penetrar no Brasil profundo. Num cálculo, a cada ciclo estudantil, apenas a universidade federal entrega, na forma de extensão, 11 milhões de horas de ação para a sociedade”, afirma.
Passado um período de ataques
Já o reitor do IFPR, Adriano Willian da Silva Viana Pereira, ressaltou também o contexto de recuperação da cultura brasileira. “É preciso defender a cultura do nosso país, que foi duramente atacada durante o período anterior (governo Bolsonaro), resgatando a sua dimensão da formação humana”, apontou.
Edição: Mayala Fernandes