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No Papo na Laje, artistas contam relação das danças afro com a ancestralidade; nesta quinta (23), às 18h

"Contato com a religiosidade a partir da dança é o que orixá nos propõe", afirmam dançarinos no programa

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
O samba, o maracatu e a dança das rainhas de blocos afro são exemplos do conjunto de danças afro-brasileiras - Camila Rodrigues

A potência das danças negras e afro-diaspóricas serão tema do programa Papo na Laje que vai ao ar na próxima quinta-feira (23). Os convidados Fábio Batista, diretor da Escola Carioca de Danças Negras, e a professora e coreógrafa baiana Lore Anacleto, são artistas que encontram na dança uma representação espiritual, de conexão com o sagrado, e também de cura e de resistência. 

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Para Fábio Batista, a dança afro proporciona contato com a ancestralidade das religiões de matriz africana a partir da dramaturgia. No episódio, ele explica que a técnica cria destreza de movimentos e, através da arte, consegue reinterpretar processos de sofrimento a partir da dança.

"Quando a gente fala de Oxalá também é um repertório artístico. A mitologia africana nos permite isso assim como todas as mitologias foram representadas. O contato com a religiosidade a partir da dança é o que orixá nos propõe. É o movimento, onde a gente se entende e as linguagens se unificam. Em geral, quando as pessoas vem fazer aula de dança afro elas também buscam essa conexão", disse.

A professora de dança Lore Anacleto compartilhou a experiência de participar dos blocos afro de Salvador, e do concurso que escolhe a Deusa do Ébano do carnaval da Bahia. A jovem participou, em 2022, da Noite da Beleza Negra do Bloco Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil.

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"A Dança de Reis e Rainhas [de blocos afro] vem de dança de terreiro, que começa com a Mirinha [primeira Rainha do Ilê Aiyê], com o que ela tem dentro do corpo dela. Essa dança foi evoluindo com o tempo, foi trazendo um empoderamento, a nossa verdade. Cada corpo fala de uma forma, trazendo conhecimentos e aprendizados que foram super importantes nessa minha construção", afirmou.

O episódio foi gravado na Laje Cultural Cadu Barcellos da Casa Movimentos, localizado no Parque União, do Conjunto de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. 

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Papo na Laje

Papo na Laje é um programa de TV que valoriza o protagonismo da juventude nas favelas e periferias do Rio de Janeiro. A cada novo episódio a apresentadora Dani Câmara recebe dois convidados que compartilham experiências sobre temas de interesse da juventude.  

A terceira temporada do programa conta com a parceria da Incubadora de Inovação Social em Cultura de Maricá, um projeto desenvolvido pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM), junto à Secretaria Municipal de Cultura e ao Instituto Brasil Social (IBS).

Edição: Mariana Pitasse