Autoritarismo

PM ataca estudantes que protestavam contra projeto de escolas cívico-militares na Alesp

Deputada estadual Mônica Seixas (Psol) afirma que foi agredida por policiais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
PM reprime estudantes que protestavam contra a militarização de escolas públicas em São Paulo - Lucas Martins (@lucasport01)

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) fechou as portas para que estudantes contrários ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 9/2024, de autoria do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que institui o “Programa Escola Cívico-Militar no Estado de São Paulo”, não pudessem acompanhar a votação da matéria.

Revoltados com a medida autoritária, os estudantes tentaram entrar nas galerias da Alesp, mas foram violentamente repreendidos pela Polícia Militar, que apreendeu sete adolescentes. No tumulto provocado pelos policiais, a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL) afirma ter sido agredida.

“Fui tentar defender alguns estudantes que faziam manifestação pacifica contra a PEC 92024, que prevê a militarização das escolas públicas, da tropa de choque e sofri violência. É inaceitável que estudantes sejam tratados dessa maneira. Se fazem isso no parlamento, imagina o que farão nas escolas”, afirmou Seixas ao Brasil de Fato.


Estudantes se tornaram alvo dos policiais militares, que repreenderam os manifestantes / Foto: Reprodução/X

No momento em que os estudantes tentaram acessar às galerias, o espaço estava vazio. A medida foi determinada pelo presidente da Alesp, o deputado estadual André do Prado (PL), que justificou a iniciativa como “medida de segurança” e fugiu dos repórteres, sem responder sobre as apreensões dos adolescentes ou os feridos.

Freitas apresentou o projeto das escolas cívico-militares em março e pretende aprovar o texto ainda no primeiro semestre, para evitar conflito com o calendário da eleição. A base do governo pretende aprovar a matéria ainda nesta terça-feira, em caráter de urgência e sem discussão com a sociedade.

O Brasil de Fato entrou em contato com a PM para obter um posicionamento sobre a ação dos policiais contra os manifestantes, mas ainda não obteve retorno. A matéria será atualizada se houver uma resposta. 

Edição: Thalita Pires